O que é estar “seguramente morto” quando se fala em morte encefálica e transplantes de órgãos?

O que é estar “seguramente morto”?

Celso Galli Coimbra*
 

O apoio incondicional  da mídia, da medicina transplantadora, do CFM,  dos governos, das autoridades dos poderes do Estado, de segmentos de meios religiosos e o silêncio de outros aos fortes apelos à filantropia, à caridade e à bondade dos “potenciais doadores” de órgãos vitais únicos  fazem com que eles não percebam o óbvio, quando ainda são apenas doadores de órgãos saudáveis, vivos e com vontade de viver, como você que lê estas linhas.

Pergunte-se:

o que mais quer a implacável lógica vigente no atual sistema transplantador ou mesmo o receptor de órgãos, este último por desespero?  Quer a sua morte encefálica prezado leitor e,  sobretudo precisa que esta morte obedeça ao procedimento declaratório que não dê chances alguma à sua sobrevivência ou recuperação de uma acidental condição de traumatizado encefálico severo, finalizando o “mais rápido possível” com o estado de irreversibilidade que define esta morte.  Porque é comando primeiro na medicina que “os órgãos vitais únicos devem ser aproveitados nas melhores condições possíveis”.  O que significa colheita de órgãos nas melhores condições?  Significa uma coisa só: o mais rápido possível.  Isto cria um conflito dentro da medicina que vai ter consequências legais muito graves, pois não se pode escolher quem vive e quem morre, ainda mais quando quem está sendo escolhido para morrer tinha condições de viver, mas estava indefeso e não tinha quem o defendesse, na maior parte das vezes por simples promoção da desinformação.

O que significa tudo isto na prática?  Se um traumatizado encefálico severo ingressa em hospital SUS, ele vai ser  tratado como mera fonte de órgãos vitais únicos, com seu leito hospitalar cercado de interesses estranhos à sua sobrevivência. Afinal, antes de mais nada, ele não pode se defender, e no Brasil ficou claro na decisão da ADPF 54, que a vida indefesa não é respeitada, inclusive por motivações eugênicas:

(1) assim, os recursos terapêuticos disponíveis na medicina, e mesmo os de baixo custo, não serão utilizados a seu favor – já que os transplantadores que mandam na medicina não podem esperar por esta etapa sem significado para eles e prejudicial aos seus outros pacientes devido à demora;

(2)  o Procolo de declaração de morte no Brasil – Resolução 1480/97 do CFM – excluí de atendimento o recurso da hipotermia moderada, que é oferecido às pessoas mais destacadas socialmente neste mesmo país (assista ao vídeo indicado no item 2 abaixo) – porque paciente hipotérmico, segundo aquela Resolução, não poderá ter sua morte encefálica declarada – e o transplantador está impaciente, na porta da UTI olhando para o relógio;

(3) seu quadro não será objeto senão de observação clínica, pois o procedimento declaratório de morte encefálica é mero prognóstico, não é diagnóstico de morte;

(4) você neste momento já não é mais pessoa no sentido jurídico de sujeito de deveres e obrigações, não é mais um paciente cidadão;

(5) depois destes períodos de observação, farão alguns testes meramente clínicos – diante dos quais, quem estiver DENTRO da zona de penumbra isquêmica não será reativo, mas estará vivo e, podendo ser recuperado, porque paciente em trânsito pela zona de penumbra isquêmica sempre está vivo (estar em risco de vida nunca corresponde a já não estar vivo, se o STF permitir que a Constituição Federal esteja em vigor quanto a isto também).  Contudo, neste momento crucial, você não poderá  demonstrar isto CLINICAMENTE, estará imóvel e sem voz. Você não poderá falar e gritar por socorro, como os receptores de órgãos e seus médicos sempre podem fazer fortemente neste mesmo momento ao clamarem que precisam de seus órgãos vitais para continuarem a viver (uns dos rendimentos da profissão e os outros do ponto de vista biológico mesmo);

(6) por segurança (não a sua) e absoluta necessidade de preservação da “imagem da medicina”,  ao final deste período de observação e meros testes clínicos sem efeitos na zona de penumbra isquêmica, vão lhe fazer o MORTAL teste da apnéia – deixá-lo sem respirar por 10 minutos – para ver se você volta respirar, como se você não estivesse com problema algum para estar em um hospital: ora se você está numa UTI, dependendo de equipamentos, com sua saúde e vida em risco gravíssimo, não é difícil perceber que ficar sem respirar por dez minutos vai matá-lo.  Assim, feito o teste da apnéia você – por causa deste teste – estará preenchendo então sim “todos os requisitos da morte encefálica”, estará com déficit respiratório abaixo de 15% dos valores normais, que é onde se considera atendido o requisito fundamental da morte encefálica: a irreversibilidade;

(7) o teste da apnéia (que pode ser recusado porque não tem benefício terapêutico algum) e sua relação com “obrigar a voltar a respirar” é considerado dogmático na medicina, mas existe como “dogma” é para que você ou seus filhos e parentes, quando estiverem sendo fatiados na mesa de cirurgia dos transplantes não se mexa, não grite e não possa demonstrar qualquer sinal de vida, afinal é por isto que se diz que você estará “seguramente morto”.

Finalmente, a sua morte foi de fato assegurada. A imagem da medicina foi assegurada. Lucros inconfessáveis foram assegurados. E a conscientização de todos deste conflito de interesses está na mídia sendo apresentado por um único lado de sua moeda: apenas o de quem viveu porque alguém foi morto (homicídio). Você gostaria de receber estes agradecimentos dos receptores se houver honestidade de informações sobre o que de fato está acontecendo?  Se souber, que numa situação destas você pode ser socorrido e sobreviver ou seus filhos e parentes também se, no caso, a situação descrita envolver a eles?  Seguramente, você vai pensar que tem direito a ser muito bem informado sobre estes bastidores da medicina, não é mesmo?

Leia e assista:

Morte segura? Jovem reage após morte cerebral diagnosticada por 4 médicos

Ainda:
1.

Morte Encefálica: a verdade sobre o teste da apnéia na declaração de morte no Brasil

https://biodireitomedicina.wordpress.com/morte-encefalica-a-verdade-sobre-o-teste-da-apneia-na-declaracao-de-morte-no-brasil/

2.

Entrevista sobre teste da apnéia, morte encefálica e transplantes de órgãos
https://biodireitomedicina.wordpress.com/entrevista-sobre-teste-da-apneia-morte-encefalica-e-transplantes-de-orgaos/

3.

CFM será obrigado a explicar morte cerebral

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/10/02/cfm-sera-obrigado-a-explicar-morte-cerebral-folha-de-sao-paulo/

4.

Revista Dossiê AJURIS, ANO I, No. 02 – 2007: A morte encefálica em xeque, págs. 16-27

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/10/02/cfm-sera-obrigado-a-explicar-morte-cerebral-folha-de-sao-paulo/

5.

Transplantes: Revista dos Anestesistas recomenda em Editorial realização de anestesia geral nos doadores para que não sintam dor durante a retirada de seus órgãos. Se estão mortos para que a recomendação de anestesia geral?

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/05/transplantes-revista-dos-anestesistas-recomenda-em-editorial-realizacao-de-anestesia-geral-nos-doadores-para-que-nao-sintam-dor-durante-a-retirada-de-seus-orgaos-se-estao-mortos-para-que-a-recomend/

6.

Morte Suspeita – Editorial do Jornal do Brasil de 01.03.1999, Caderno Brasil, página 08

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/05/morte-suspeita-editorial-do-jornal-do-brasil-de-01031999-caderno-brasil-pagina-08/

7.

Editorial da Revista Ciência Hoje da SBPC: erros declaratórios da morte encefálica

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/04/editorial-da-revista-da-sbpcerros-declaratorios-da-morte-encefalica/

8.

Tráfico de órgãos é terceiro crime organizado mais lucrativo no mundo, segundo Polícia Federal

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/02/12/trafico-de-orgaos-e-terceiro-crime-mais-lucrativo-segundo-policia-federal/

9.

Anencefalia, morte encefálica, o Conselho Federal de Medicina e o STF

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2008/12/29/anencefalia-morte-encefalica-e-o-conselho-federal-de-medicina/

10.

Brazilian Journal of Medical and Biological Research (1999) 32: 1479-1487 – “Implications of ischemic penumbra for the diagnosis of brain death”

http://www.scielo.br/pdf/bjmbr/v32n12/3633m.pdf

*Celso Galli Coimbra
  Advogado OABRS 11352

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Dad rescues ‘brain dead’ son from doctors wishing to harvest his organs – boy recovers completely

Esse mês de abril de 2012,  os “mortos encefálicos” – aqueles que muita gente diz “seguramente mortos” – estão dando risadas irreverentes nas notícias da mídia internacional para decisões como à proferida pelo STF, na ADPF 54, e para quem jura que o procedimento de morte encefálica não é o que – justamente – causa a morte do paciente traumatizado encefálico severo (homicídio) …

Celso Galli Coimbra
OABRS 11352
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by Matthew Cullinan Hoffman

Wed Apr 25, 2012 09:27 EST

LEICESTER, England, April 25, 2012 (LifeSiteNews.com) – According to the Daily Mail newspaper, a young British man owes his life to an insistent father who would not allow his son’s organs to be removed from his body, despite assurances from four doctors that his son could not recover from the wounds he had suffered in a recent car accident.

The Mail reports that Stephen Thorpe, then 17, was placed in a medically-induced coma following a multi-car pileup that had already taken the life of his friend Matthew, who was driving the vehicle.

Stephen Thorpe, who four doctors had declared brain dead

Although a team of four physicians insisted that his son was “brain-dead” following the wreck, Thorpe’s father enlisted the help of a general practitioner and a neurologist, who demonstrated that his son still had brain wave activity.  The doctors agreed to bring him out of the coma, and five weeks later Thorpe left the hospital, having almost completely recovered.

Today, the 21-year-old with “brain damage” is studying accounting at a local university. “‘My impression is maybe the hospital weren’t very happy that my father wanted a second opinion,” he told the Mail.

The case is similar to dozens of others LifeSiteNews has reported in recent years, in which comatose or otherwise unconscious patients are declared to be “brain dead,” or hopelessly incurable. In many cases, aggressive doctors seek the organs of the patient for harvesting.

In 2011, the Quebec Hospital Sainte Croix de Drummondville sought permission to extract the eyes of a patient who had choked on hospital food in the absence of a nurse, claiming she was “brain dead.” After the family demanded proof from physicians of her alleged condition, she regained consciousness, and recovered most of her faculties. The family declared its intention to sue the hospital.

In 2008, a 45-year-old Frenchman revived on the operating table as doctors prepared to “harvest” his organs for donation, following cardiac arrest. In the subsequent investigation by the hospital’s ethics committee, a number of doctors admitted that such cases, while rare, were well known to them.

That same year, a “brain dead” 21-year-old American, Zack Dunlap, was about to have his organs harvested when his two sisters, both nurses, decided to test the hospital’s theory that his brain was no longer functioning. Family members poked his feet with a knife and dug their fingernails under his nails, provoking strong reactions by Dunlap and proving he was conscious. He recovered completely. He later related that he was conscious and aware as doctors discussed harvesting his organs in his presence.

The term “brain death” was invented in 1968 to accommodate the need to acquire vital organs in their “freshest” state from a donor who some argue is still very much alive.

While death had previously been defined as lack of respiration and heart activity, “brain death” was judged as compatible with an otherwise living patient. “Brain death” has never been rigorously defined, and there are no standardized tests to determine if the condition exists.

Dr. John Shea, a medical advisor to LifeSiteNews.com, points out that patients diagnosed as “brain dead” often continue to exhibit brain functions.

In “Organ Donation: The Inconvenient Truth”, Shea states that the criteria for “brain death” only “test for the absence of some specific brain reflexes. Functions of the brain that are not considered are temperature control, blood pressure, cardiac rate and salt and water balance. When a patient is declared brain dead, these functions are not only still present, but also frequently active.”
A list of articles by LifeSiteNews on comotose and “brain dead” patients who unexpectedly recovered follows:

* Brain dead’ woman recovers after husband refuses to withdraw life support
* Woman Diagnosed as “Brain Dead” Walks and Talks after Awakening
* ‘Brain dead’ Quebec woman wakes up after family refuses organ donation
* Doctor Says about “Brain Dead” Man Saved from Organ Harvesting – “Brain Death is Never Really Death”
* Doctors Who Almost Dissected Living Patient Confess Ignorance about Actual Moment of Death
* New study questions “brain-death” criterion for organ donation
* Coma Recovery After 19 Years Poses Questions About Terri Schiavo
* Polish Man Wakes from 19-Year “Coma”, Talks and Expected to Walk Soon
* Man Wakes from Two-Year Coma – was Aware and Remembers Everything
* Boy in “Hopeless” Vegetative State Awakens and Steadily Improves
* Commentary: The Significance of that Case of the Man Trapped in a “Coma” for 23 Years
* Girl Once Comatose and Scheduled for Euthanasia Will Testify against Attacker
* ‘Comatose’ UK Man Chooses Life by Moving Eyes
* Woman’s Waking After Brain Death Raises Many Questions About Organ Donation
* Russian Surgeons Removing Organs Saying Patients Almost Dead Anyway
* Denver Coroner Rules “Homicide” in Organ-Donor Case

Related links:

The boy who came back from the dead: Experts said car crash teen was beyond hope. His parents disagreed

Fonte: http://www.lifesitenews.com/news/dad-rescues-brain-dead-son-from-doctors-wishing-to-harvest-his-organs-boy-r

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Transplanting medical ethics

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Melanie Phillips

Like a number of other similar heretics, I believe that — upsetting as this may be to many, and provoking once again the fury of transplant surgeons — people from whom organs are harvested for transplants are not necessarily dead. I was long ago persuaded that the definition of brain death failed to exclude some cases where there was still some activity in the brain, and that certain disquieting features of organ harvesting – such as the practice of sedating the ‘brain-dead’ person to avoid inflicting any suffering during the procedure – demonstrated that, in the view of certain doctors at least, such patients were not dead at all.

Now, a staggering article in Critical Care Medicine by Robert Truog and Walter Robinson admits that the definition of brain death is merely an artificial construct to allow transplants to take place – but then goes on to say that organs should nevertheless be harvested from people who are not dead:

Brain death is essential to current practices of organ retrieval because it legitimates organ removal from bodies that continue to have circulation and respiration, thereby avoiding ischemic injury to the organs. The concept of brain death has long been recognized, however, to be plagued with serious inconsistencies and contradictions. Indeed, the concept fails to correspond to any coherent biological or philosophical understanding of death. We review the evidence and arguments that expose these problems and present an alternative ethical framework to guide the procurement of transplantable organs. This alternative is based not on brain death and the dead-donor rule, but on the ethical principles of nonmaleficence (the duty not to harm, or primum non nocere) and respect for persons. We propose that individuals who desire to donate their organs and who are either neurologically devastated or imminently dying should be allowed to donate their organs, without first being declared dead. Advantages of this approach are that (unlike the dead-donor rule) it focuses on the most salient ethical issues at stake, and (unlike the concept of brain death) it avoids conceptual confusion and inconsistencies.’

So ‘do no harm’ in these instances apparently means taking the organs out of living individuals on the grounds that they are either about to die or are ‘neurologically devastated’ — and thus as good as dead. In other words, a living person who has no sensation and no apparent prospect of functioning as a sentient individual is deemed to be no longer alive and can be duly cannibalised.

This monstrous reasoning is remorselessly deconstructed by another article in the Journal of Medical Ethics by M Potts and David Evans. Starting with a laconic acknowledgement of the moral doctrine which most of us naively and wrongly imagined still applied in this society:

‘The “standard position” on organ donation is that the donor must be dead in order for vital organs to be removed, a position with which we agree’

they argue strenuously that

‘removing vital organs from living patients is immoral and contrary to the nature of medical practice.’

The fact that they have to make such an argument at all is itself an eye-opener. But first they rightly address the premise from which Truog and Robinson start, that brain-dead patients are not necessarily dead – an assertion previously dismissed out of hand by the medical profession. Potts and Evans write that Truog and Robinson

‘…note that the concept of brain death “fails to correspond to any coherent biological or philosophical understanding of death”. We believe this claim well founded. There were never sound empirical grounds for criteria of death based on the loss of testable brain function while the body remains alive. One difficulty is the near impossibility of diagnosing—with the necessary certainty—the “irreversible cessation of all functions of the entire brain, including the brain stem” while the rest of the body remains alive. The Harvard tests—essentially of brain stem mediated reflexes and ventilator dependence in patients whose coma appeared irremediable—clearly lacked the power to make that diagnosis. The many protocols now in use worldwide fail similarly. Indeed, their very number proclaims the fact that the syndromes they diagnose cannot be one and the same true entity. And prominent among the variations is the apnoea test, which may lead to the misdiagnosis of respiratory centre failure if inadequately stimulating and, if stringently applied, may itself be the cause of death.’

Then, addressing the argument that it would be permissible to use as donors at least two classes of patients who had given prior consent: the ‘permanently unconscious’ and the ‘imminently dying’, with society determining the ‘minimal threshold of lively existence below which donation would be permitted’, they robustly declare:

‘We believe that removing vital organs from a still living donor is the taking of innocent human life. The argument that such removal is morally no different from “allowing to die” by removing a ventilator is seriously flawed. When a ventilator is removed from an apnoeic comatose patient, it is the disease or injury that causes the loss of the patient’s ability to breathe spontaneously. As Margaret Somerville notes: “the withdrawal of life support treatment such as respiratory support involves a situation of multiple causation in which one cause (respiratory failure) is sufficient to cause death; the other cause (turning off the respirator) is not sufficient in the absence of respiratory failure”. The situation is different when vital organs are removed from a patient. Removing a vital organ, such as the heart, directly causes the death of the patient, and is not merely allowing the effects of disease or injury to take their course. It is the organ removal surgery that kills the donor. In addition, withdrawal of life support may be an acceptable omission of burdensome treatment, rather than an act that is more likely to involve an intent to kill the patient. The issue in removing vital organs from brain dead individuals is not, therefore, whether to withdraw burdensome life support from a dying patient but whether such organ removal is a morally acceptable form of killing.’

That is indeed the issue. What in heaven’s name have we come to as a society, to have arrived at the horrific and degraded situation where we have developed ‘a morally acceptable form of killing’ — and cannot even acknowledge truthfully that that is what we are doing?

Posted by melanie at July 5, 2005 07:20 PM
http://www.melaniephillips.com/diary/archives/001309.html

Médicos defendem legalização da venda de órgãos

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BBC Brasil

Quinta, 16 de fevereiro de 2006, 15h31  Atualizada às 16h27

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Médicos defendem nos EUA legalização da venda de órgãos

Os médicos sugeriram que um rim custasse R$ 85 mil
Dois médicos americanos sugeriram que o comércio de órgãos humanos como os rins seja legalizado para atender a uma crescente demanda por eles.

Em artigo publicado na revista médica Kidney International, os especialistas dizem que as campanhas tradicionais para recrutar mais doadores estão fracassando, e o mercado negro de órgãos, cada vez maior.

Eli Friedman, um médico renal da Universidade Estadual de Nova York, e Amy Friedman, uma especialista em transplantes da Universidade de Yale, defendem a idéia com o argumento de que indivíduos têm direito sobre seus próprios corpos.

Mas especialistas britânicos dizem que a medida não é necessária e resultaria na exploração de pessoas pobres.

Exploração

Os autores do artigo dizem que “as estratégias para aumentar o número de doadores têm sido um grande fracasso.”

“Embora seja ilegal na maioria dos países, e visto como antiético por organizações médicas profissionais, a venda voluntária de órgãos é responsável atualmente por milhares de transplantes ilegais.”

Os médicos sugeriram que um rim seja comercializado por US$ 40 mil (o equivalente a cerca de R$ 85 mil) e que seja criada uma agência para regular as transferências.

No entanto, o presidente da Associação Médica Britânica, Michael Wilks, disse que existe um consenso internacional contra este tipo de comércio.

“É uma exploração, especialmente em relação ao Terceiro Mundo, além de não ser necessário” diz ele.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/02/060216_comercioderimrc.shtml

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The near-death experience of the medical profession

Daily Mail, 11 September 2006

“Medical science, in other words, has been playing God. The Cambridge experiment has demonstrated just how horrifyingly wrong that was.”

The ghastly prospect that, as a result of catastrophic illness, doctors might write you off as dead even though you are well aware of what is going on but can’t communicate that you are still alive, is the stuff of nightmares.

 

Such concern is often expressed about patients in a persistent vegetative state (PVS), but until now this has been pooh-poohed by doctors as fanciful and alarmist.

 

They have asserted with unchallengeable confidence that the damage to these patients’ brains means that it is physically impossible for them ever again to be aware of anything.

 

As a result, ever since the landmark 1993 case of the Hillsborough disaster victim Tony Bland, the law has allowed doctors to stop giving such patients food and fluids on the grounds that this permits them finally to die and thus end a ‘living death’.

 

Actually, since they are not dying, it does nothing of the sort; it is more truthful to call it legalised killing. This objection, however, is brushed aside on the basis that, since they feel nothing, such patients are as good as dead, and protesters are dismissed as cranks or religious extremists.

 

But now, graphic evidence has been produced that such clinical arrogance is wholly misplaced. A team of Cambridge neuroscientists has reported that a woman who had suffered a severe head injury in a road accident, and seemed unable to communicate or respond to any stimulus, actually played tennis in her head and made a mental tour of her home when asked to do so by the research team.

 

Doctors said she retained the ability to understand spoken commands and to respond to them through activity in her brain which they were able to monitor and which was the same as the brain activity of a healthy person.

 

This revelation, which has astounded the medical profession, has the most profound ethical implications. It proves dramatically that even where a doctor pronounces that a patient will never recover consciousness, this certainly does not mean that the patient is dead. And it raises the horrifying possibility that PVS patients may have been starved or dehydrated to death even though they might have felt what was happening to them.

 

It also calls sharply into question the practice of switching off the life-support machines of others who are in a deep coma. The fact is that these patients are alive, and the Cambridge experiment rubs the doctors’ noses in this most inconvenient fact — one that they have tried so hard to deny.

 

The case exposes the total absence of humility of a medical profession that pretends to know what it cannot possibly know. Much that goes on in the brain, especially around the issue of consciousness, remains utterly mysterious and unexplained.

 

Yet doctors arrogantly assume that they know enough about the brain not only to declare that their patients will never recover any sensation but, worse still, that in some cases they are actually dead.

 

This has implications even more sensitive than for sufferers from PVS. For the medical definition of ‘brain-stem death’ underpins organ donation, which gives people who would otherwise die of chronic disease the chance of gaining a healthy life through an organ transplant.

 

A new law that has just come into operation has deprived relatives of their power of automatic veto over the removal of organs from loved ones who carried donor cards. This is aimed to tackle the chronic shortage of organ donors, which means that every year some 500 people die waiting for a transplant.

 

Doctors will now be able to override relatives’ objections unless they feel that these are overwhelming. But relatives are often reluctant to give their consent for organs to be removed because they see that the body of their loved one remains healthily pink and with a heart that is still beating.

 

The philosopher Baroness Warnock, that self-appointed national arbiter of where life begins and ends, says such squeamishness is inevitably based on ‘irrational sentiment or irrational dogma’. But this is simply as ignorant as it is offensive.

 

For the fact is that the medical profession has redefined death purely for the benefit of the transplant programme. It has defined the point of death as the failure of the brain-stem to respond to certain tests, with the resulting additional diagnosis of the irreversible loss of the capacity for consciousness and the capacity to breathe.

 

But testing the brain-stem cannot exclude all possibility of recovery in every case — not least because it does not test the higher parts of the brain that may still be functioning. That is why, as a recent report from a German neurosurgical unit revealed, two of their patients diagnosed as brain-stem dead actually ‘recovered’. In other words, they were not dead at all.

 

Moreover, some anaesthetists who paralyse ‘brain-stem dead’ patients to enable their organs to be removed give them a general anaesthetic as well— just in case they may still have some feeling during the procedure.

 

Whoever heard of anaesthetising a corpse to avoid the slightest chance of causing it pain or distress? This in itself demonstrates that, even for doctors involved in organ removal for transplant purposes, the definition of death is wholly artificial and even meaningless.

 

Yet such is the pressure of the transplant programme, they insist on ignoring or even denying the considerable body of evidence giving rise to such doubts within the profession. The Royal College of Anaesthetists recently upheld the brain-stem death definition and repeated the claim that is frequently made in such circles that ‘death is a process rather than an event’.

 

But this is absurd. Dying is a process; death is indeed an event. The distinction has been blurred simply because death has become too inconvenient. Organs for transplant cannot usefully be extracted from the dead, so they are being taken instead on occasion from people who may at most be dying —at which point the ‘event’ of death certainly does take place.

 

Of course, it is a noble ideal to save the lives of those who are desperately ill. And some whose organs are harvested are undoubtedly dead. But what if the transplant programme does not always take organs from corpses but from living people who are actually killed by this process — and more horrifying still, may even have some awareness of their surroundings?

 

The uncomfortable fact is that we have redefined our understanding of death so that it no longer applies in circumstances where life has become too inconvenient. Our society no longer believes in absolutes — even those such as life or death — if they stop scientists from fulfilling their promise to deliver happiness to all.

Thus when the traditional understanding that human life begins at conception started getting in the way of embryo research, which was said to benefit infertile couples or help find a cure for genetic disease, Lady Warnock obligingly and arbitrarily shifted the start of life to 14 days’ gestation.

 

Thus, when the traditional understanding that death occurs when the heart stops beating started preventing organs being harvested for transplant purposes, doctors redefined the point of death as the failure of the brain stem instead.

 

Medical science, in other words, has been playing God. The Cambridge experiment has demonstrated just how horrifyingly wrong that was.

 
Fonte: http://www.melaniephillips.com/articles-new/?p=449

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How dead are organ donors?

The Independent — 23 de jan. de 2008

http://www.independent.co.uk/opinion/letters/letters-.htmlssion-fears-772196.html

Sir: Organs for transplant (letter, 21 January) have to be taken from still-living bodies, bodies still perfused by their naturally beating hearts, warm and so reactive that muscle-paralysing drugs may have to be given to facilitate the surgery.

Their owners will have been certified “dead” on the controversial basis of bedside brain-stem testing, a procedure not sufficiently stringent to exclude some persisting brain-stem function and which includes no test for what may be abundant life elsewhere in the brain.

Many or even most of those who have put their names on the NHS Organ Donor Register may have thereby offered their organs to be taken for transplant purposes on the (mis)understanding that the wording “after my death” on the application forms meant that they would be dead in the commonly understood sense before their offers were taken up.

If so, they have made their offers on a false premise and those offers cannot be regarded as valid. Had it been explained to them that they would be dead in only a notional (“brain-stem death”) sense, at least some of them might have wished to specify general anaesthesia to cover the organ procurement procedure.

David W Evans

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(Sometime Consultant Cardiologist at Papworth and Addenbrooke’s Hospitals), Cambridge

Sir: Of course dead people matter (Dominic Lawson, 18 January). No one, certainly not the BMA, is calling for people’s remains to be used disrespectfully or against the wishes of the potential donor or their relatives. This would be deplorable and doctors are not in favour of a system that disregards personal views or family wishes.

Every year, hundreds of people die because they cannot get an organ to save their life. We know most people support organ donation but do not get round to signing the donor register. It is a tragedy that people’s personal wishes about what happens to their bodies when they die are not being respected because often no one is aware of their views about organ donation. We would like to see more families talking about these difficult but important issues so that informed discussions about the deceased person’s wishes can be held with health teams.

The BMA does not believe that a system of presumed consent will be the answer to all the problems we have with organ donation, but, as doctors, we think that it will go some way to increasing the number of organs available. Of course, other factors need to be looked at, for example, the number of transplant surgeons and intensive care beds available.

Dr Tony Calland

Chairman, Medical Ethics Committee, British Medical Association, London WC1

http://www.independent.co.uk/opinion/letters/letters-.htmlssion-fears-772196.html

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Morte encefálica: menina de 2 anos, hipotermia

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07 de Junho de 1997 – Programa Mendes Ribeiro – Rádio Guaíba, Porto Alegre

No dia 10 de junho de 1986, uma menina de dois anos e meio de idade caiu em um riacho situado nos arredores da cidade de Salt Lake (EUA), e submergiu.    Devido à elevação da temperatura ambiental própria da estação, os picos montanhosos vizinhos encontravam-se em degelo, determinando no riacho um correnteza rápida e forte, e mantendo a água em temperatura em cerca de 5º.C.    Avisada por outra criança, a mãe acorreu ao local e, após 4 a 11 minutos de busca sem sucesso, chamou o serviço de resgate.  Em cerca de 8 minutos os paramédicos encontravam-se no local e, também não encontrando a menina, decidiram-se por reduzir a vazão de uma barragem situada correnteza acima.  Com o decréscimo do nível da água, puderam visualizar o braço da menina, de encontro a uma rocha situada a 20 metros do local da submersão.  Ela foi retirada da água 62 minutos depois do telefonema da mãe ao número de emergência, totalizando pelo menos 66 minutos de submersão.    Encontrava-se em parada cardíaca e respiratória, cianótica e flácida, com as pupilas dilatadas e fixas à luz. Apesar disso, a equipe paramédica deu início às manobras de reanimação, enquanto transportava a menina ao “Primary Children’s Medical Center“, de Salt Lake City, onde a pequena paciente deu entrada, apresentando uma temperatura retal de 22, 5oC, medida na sala de emergência.
De acordo com o conhecimento científico em vigência na época, e ainda hoje profundamente arraigado no meio médico, a hipotermia protegeria o cérebro contra a falta de oxigenação, por reduzir a necessidade do tecido nervoso por oxigênio.  A cada 8º.C de redução da temperatura do organismo, a quantidade de oxigênio necessária para manter a vitalidade do tecido cerebral reduz-se pela metade.  Assim, considerando-se como 5 minutos o tempo máximo de anóxia que o tecido nervoso consegue suportar sob temperatura normal (37oC) sem desenvolver lesão de suas células, a um nível próximo de 21C o cérebro da pequena paciente não poderia suportar mais do que 20 minutos de afogamento (a essa temperatura temos apenas 1/4 da necessidade normal de oxigênio, e portanto o cérebro poderia resistir a 4 x 5 minutos de anóxia, ou seja: 20 minutos).   Dessa forma, segundo o conceito científico vigente na época, como essa temperatura não foi atingida de imediato a partir da submersão, a menina não poderia sobreviver sem lesão cerebral irreversível, mesmo que apenas esse tempo (20 minutos) houvesse decorrido até o resgate e o início das manobras de reanimação.
 
A equipe pediátrica que recebeu a menina poderia, portanto, ter apenas assinado o atestado de óbito, enviando o corpo para o necrotério, sendo bastante provável que, na maioria dos centros de atendimento de emergência de qualquer lugar do mundo, teria sido essa a conduta tomada.
 

 

 
Ao contrário, movidos provavelmente pelo impacto emocional da situação, os plantonistas sustentaram as manobras de reanimação, enquanto tentavam obter o reaquecimento do pequeno corpo, sem sucesso, pois a temperatura continuava a reduzir-se, atingindo 19C.    Com a concordância dos pais, transportaram a menina para o bloco cirúrgico, onde, cerca de 3 horas após o momento da submersão, ela foi conectada a uma máquina de circulação sangüínea extra-corpórea, capaz, como se sabe, de eficientemente reaquecer o sangue à medida que o faz circular.   Ao atingir a temperatura central cerca de 25oC, a menina abriu espontaneamente os olhos e suas pupilas oculares tornaram-se novamente reativas à luz.   Ao mesmo tempo, desenvolveu fibrilação ventricular que de imediato respondeu aos antiarrímicos administrados, reassumindo o coração o ritmo sinusal.   A paciente permaneceu conectada ao aparelho ao longo de 53 minutos, até atingir novamente a temperatura de 37oC, perfazendo um decurso total de aproximadamente 4 horas, decorridas desde o momento da submersão até a retomada da temperatura normal.
 

Ao longo dos 6 dias que se seguiram a menina teve de ser mantida conectada a um respirador mecânico devido aos distúrbios pulmonares determinados pelo afogamento.  No 7o. dia o tubo introduzido em sua via aérea e conectado ao respirador foi retirado, e a pequena paciente chorou.  No 14o. dia conseguia emitir frases de até 3 palavras!   A criança recebeu alta 2 meses após a ocorrência do acidente, apresentando um desenvolvimento psicomotor normal para sua idade!   Tinha como única alteração neurológica um discreto tremor, que encontrava-se quase desaparecido um ano depois, quando os médicos que a atenderam encontravam-se escrevendo o relato do caso, que veio a ser finalmente publicado no “Journal of The American Medical Association” (Bolte et al, 1988).

 

O Acidente de Salt Lake não foi um caso isolado. Na realidade, dentre os casos descritos na literatura médica, foi o 29o. caso de submersão com mais de 15 minutos de duração, em águas com temperatura inferior ou igual a 10C, seguido de recuperação sem seqüelas neurológicas.

Entretanto, dentre todos, o tempo de submersão do acidente de Salt Lake foi o mais prolongado, e também aquele em que o nível e a duração da hipotermia foi adequadamente documentado. Em contraposição, na literatura médica não consta recuperação neurológica em nenhum caso de submersão por mais de 15 minutos na ausência de hipotermia.
Esse caso marcou historicamente a instrumentalização da terapêutica da hipotermia moderada pós-isquêmica que viria a ocorrer em pleno início da “Década do Cérebro” – década de 90 –, e dez anos depois estaria em uso clínico ativo no ocidente em hospitais alemães com seres humanos, não com animais, salvando vidas de pessoas destinadas a um diagnóstico precoce de morte encefálica que se supunha até então ocorreria em no máximo cinco minutos de falta de oxigenação encefálica.  Quando leva certamente horas para ocorrer.  Não ocorre em alguns minutos.
 
Na “década do cérebro”, em função da intensa busca de socorro terapêutico para os sequelados neurológicos, foi demonstrado que os critérios diagnósticos da morte encefálica concebidos em 1968 pelo Comite Ad Hoc da Harvard Medical School para viabilizar a lucrativa terapêutica transplantadora emergente, estavam completamente errados.
E o erro não estava no conceito, estava em seus critérios, portanto no procedimento diagnóstico extremamente precipitado, que não só antecipa o “diagnóstico” de morte, mas o provoca com o desligamento do respirador por 10 minutos para ver se o paciente volta a respirar .
 
CGCoimbra
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Shock: requiring death before organ donation is unnecessary, say experts

Choque: exigir morte antes da doação de órgãos é desnecessário, dizem especialistas

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Comentário: no Brasil, a mentira de que o “doador de órgãos” está morto ‘SEGURAMENTE” é patrocinada pelos Governos, pela MÍDIA, pela Magistratura (com suas campanhas) e pelo Ministério Público Federal (que conhece oficialmente muito bem este assunto e já foi interpelado judicialmente em função disto, no ano de 2000), enquanto no exterior os próprios transplantadores, e antes os anestesistas desde 2000, manifestam-se no sentido de que deve haver ANESTESIA GERAL para os doadores “mortos” para fins de retirada de órgãos vitais únicos.  Que “morte” é essa mesmo?  No protocolo da morte encefálica existe um teste “declaratório” que MATA o paciente (teste da apnéia) e, neste País, as declarações de morte não são iguais entre pobres e não pobres, pois para aqueles primeiros segue-se o protocolo de morte encefálica (Resolução CFM 1.480/97) com o letal teste da apnéia (desligamento do respirador POR 10 MINUTOS) e depois exames confirmatórios, ENQUANTO, para quem pode escolher seu hospital, o dito protocolo é desconsiderado e os exames confirmatórios são feitos ANTES do teste da apnéia. Esta inversão do protocolo significa intencionalmente EXAURIR ou NÃO os recursos médicos para salvar a vida do paciente traumatizado encefálico severo, antes de entregá-lo para o açougue transplantador.

O teste da apnéia MATA  o potencial doador e,  isto, foi ADMITIDO em PÚBLICO por membro da Câmara Técnica Brasileira da Morte Encefálica, confira no endereço: https://biodireitomedicina.wordpress.com/morte-encefalica-a-verdade-sobre-o-teste-da-apneia-na-declaracao-de-morte-no-brasil/

O Ministério Público Federal disto é sabedor via Interpelação Judicial, desde o ano de 2000.

Quanto a prática de dois diferentes procedimentos declaratórios de morte, com inversão do protocolo de morte, ela é PÚBLICA desde 05 de outubro de 2003, confira no endereço: https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/10/02/cfm-sera-obrigado-a-explicar-morte-cerebral-folha-de-sao-paulo/

Celso Galli Coimbra
OABRS 11352

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by Kathleen Gilbert
Thu Nov 03, 2011 17:03 EST

TORONTO, November 1, 2011 (LifeSiteNews.com) – Because organ donors are often alive when their organs are harvested, the medical community should not require donors to be declared dead, but instead adopt more “honest” moral criteria that allow the harvesting of organs from “dying” or “severely injured” patients, with proper consent, three leading experts have argued.

This approach, they say, would avoid the “pseudo-objective” claim that a donor is “really dead,” which is often based upon purely ideological definitions of death designed to expand the organ donor pool, and would allow organ harvesters to be more honest with the public, as well as ensure that donors don’t feel pain during the harvesting process.

Should organ donors be dead before organs are harvested? According to three experts, no.

The chilling comments were offered by Dr. Neil Lazar, director of the medical-surgical intensive care unit at Toronto General Hospital, Dr. Maxwell J. Smith of the University of Toronto, and David Rodriguez-Arias of Universidad del Pais Vasco in Spain, at a U.S. bioethics conference in October and published in a recent paper in the American Journal of Bioethics.

The authors state frankly that under current practices donors may be technically still alive when organs are harvested – a necessary condition to produce healthy, living organs. Because of this, they say that protocol requiring a donor’s death is “dangerously misleading,” and could overlook the well-being of the donor who may still be able to suffer during the harvesting procedure.

“Because there is a general assumption that dead individuals cannot be harmed, veneration of the dead-donor rule is dangerously misleading,” they write. “Ultimately, what is important for the protection and respect of potential donors is not to have a death certificate signed, but rather to be certain they are beyond suffering and to guarantee that their autonomy is respected.”

Instead of the so-called Dead Donor Rule (DDR), the authors propose that donors should be “protected from harm” (i.e given anesthesia so that they cannot feel pain during the donation process), that informed consent should be obtained, and that society should be “fully informed of the inherently debatable nature of any criterion to declare death.”

The doctors note that developing the criteria for so-called “brain death,” which is often used by doctors to declare death before organ donation, was an “ideological strategy” aimed at increasing the donor pool that has been found to be “empirically and theoretically flawed.” They also criticize the latest attempts to create new, even looser definitions of death, such as circulatory death, which they argue amount to simply “pretending” that the patient is dead in order to get his organs.

The legitimacy of “brain death,” “cardiac death,” and even “circulatory death” – which can be declared only 75 seconds after circulatory arrest – as actual death has been an ongoing debate in public commentary on organ donation. Many experts assert that doctors familiar with organ donation are aware that the terms, intended to delineate a threshold of probable death, is different from actual bodily death, rendering highly uncertain the moral status of organ donation.

Meanwhile, countless stories have emerged of “miraculous” awakenings following brain death, providing weight to the arguments of doctors and others who say that the process of procuring viable organs not only fails to ensure that a patient has certainly died, but is impossible unless a body is still technically alive.

Dr. Paul Byrne, an experienced neonatologist, clinical professor of pediatrics at the University of Toledo, and president of Life Guardian Foundation, said he was not surprised at the recent statements, which he said merely reflect a long-open secret in the organ donation field.

“All of the participants in organ transplantation know that the donors are not truly dead,” Byrne told LifeSiteNews.com in a telephone interview Tuesday.

“How can you get healthy organs from a cadaver? You can’t.”

Byrne affirmed that giving pain medication to organ donors is routine. Doctors taking organs from brain-dead donors “have to paralyze them so they don’t move so when they cut into them to take organs, and when they paralyze them without anesthetics, their heart rate goes up and their blood pressure goes up,” he observed. “This is not something that happens to someone who’s truly dead.”

The neonatologist said he has personally studied the theory of “brain death” since 1975, seven years after the first vital organ transplant in 1968, and has found that death criteria has continually been changed to accommodate a demand for fresh organs. The idea of a “dead donor rule” did not even emerge until the 1980s, he said, and didn’t enter common parlance until years later.

“There really is no dead donor rule, although they’re trying to make it seem like there is,” said Byrne.

Byrne led a Vatican conference on “brain death” criteria in 2008 in which a large group of international experts, many of whom are world leaders in their fields, attested to the illegitimacy of “brain death” as an accepted criterion for organ removal.

The comments by the Canadian and Spanish experts have come under fire from the organ donor community, some members of which have expressed concern that the statements could lead people to opt out of donating their organs.

“In the overwhelming majority of cases, the concept of death is easy, obvious and not really subject to any complex interpretation. It’s very clear,” Dr. Andrew Baker, the medical director of the Trillium Gift of Life Network, which oversees Ontario’s transplant system, told the National Post. “They’re dead, you can see it, there is no return of anything.”

James DuBois, a health ethics pro-fessor at Saint Louis University, also criticized the comments, saying that removing the Dead Donor Rule could “have negative consequences: decreasing organ donation rates, upsetting donor family members and creating distress among health care workers.”

See related article: Vindication of criticisms of organ donation

Tráfico de órgãos: um grotesco tipo de exploração de humanos, nunca visto na história

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Por Bernardo Staut em 14.03.2012 as 15:00

Um antropólogo da Universidade Estadual de Michigan, que passou mais de um ano infiltrado no mercado negro de rins humanos, publicou o primeiro estudo de campo que descreve as terríveis experiências que as pessoas mais pobres passam, devido ao tráfico de órgãos.

Monir Moniruzzaman entrevistou 33 pessoas que venderam seus rins, em Bangladesh, e descobriu que eles tipicamente não recebem o dinheiro prometido e ainda carregam sérios problemas de saúde, que os deixam deprimidos, envergonhados e algumas vezes sem poder trabalhar.

 

Moniruzzaman comenta que as pessoas que vendem seus órgãos são exploradas por pessoas desonestas. A maior parte dos receptores dos órgãos são pessoas de Bangladesh que vivem em locais como os Estados Unidos, a Europa e o Oriente Médio. Como esse tipo de comércio é ilegal, os vendedores forjam os documentos para indicar que o vendedor e o receptor são parte da mesma família.

De acordo com Moniruzzaman, médicos, hospitais e empresas relacionadas fecham os olhos para esses atos ilícitos porque acabam lucrando com isso.

A maior parte das 33 pessoas de Bangladesh teve o rim removido na fronteira com a Índia. Geralmente, o vendedor pobre e o receptor rico se encontram em um local médio, e o transplante é realizado no momento.

“Isso é um sério tipo de exploração das pessoas mais pobres. Seus corpos viram negócios para prolongar a vida dos mais ricos”, comenta o pesquisador.

 

O trabalho inclui as experiências de Mehedi Hasan, um jovem de 23 anos que vendeu parte do fígado para um receptor rico de da capital de Bangladesh, Dhaka. Como muitos dos residentes pobres do país, Hasan não sabia o que um fígado era. O vendedor explorou isso, e disse que faria Hasan rico.

O receptor morreu pouco depois do transplante. Hasan recebeu apenas parte do dinheiro prometido, e agora está muito doente para trabalhar, andar longas distâncias e até respirar propriamente. De acordo com Moniruzzaman, ele pensa constantemente em se matar.

Os vendedores de órgãos geralmente conseguem suas “presas” através de anúncios falsos. Um deles, em um jornal de Bangladesh, prometia recompensar o doador de rim com um passaporte para os Estados Unidos. Moniruzzaman coletou mais de 1.200 anúncios similares para o estudo.

O comércio de órgãos está crescendo em Bangladesh, um país onde 78% da população vive com menos de dois dólares por dia (R$ 3,60). O preço médio por um rim é de 100 mil takas (cerca de R$ 2.510), um valor que tem baixado muito devido à intensa oferta.

Uma mulher anunciou que estava vendendo sua córnea para que pudesse alimentar a família. A justificativa era que precisava de apenas um olho para ver. O transplante não aconteceu, mas Moniruzzaman afirma que já houveram casos de córneas sendo vendidas.

Moniruzzaman afirma ser importante notar que a maior parte dos vendedores não fazem “escolhas astronômicas” no preço dos órgãos, pois são manipulados. Ele comenta que o mercado global de órgãos é um fenômeno relativamente recente – tornou-se possível com os avanços médicos dos últimos 30 anos, e representa uma das formas mais grotescas de exploração humana.

 

Para combater esse tipo de tráfico, o autor recomenda, entre outros passos:

  • Pressão global. Os Estados Unidos deveriam ter um papel ativo em pressionar os governos estrangeiros a entenderem o problema e acabar com os vendedores, receptores, médicos e pessoas envolvidas no negócio.
  • Transparência e garantia. O governo deveria garantir que todos os centros tenham registro para transplantes, e verificar a relação entre os doadores e os receptores.
  • Doação de órgãos após a morte. Países como Bangladesh não possuem um sistema em que as pessoas possam doar seus órgãos após morrer.

Moniruzzaman afirma que, realmente, o tráfico de órgãos não vai deixar de existir. “Mas com esforços colaborativos, podemos reduzir significativamente essa terrível violação dos direitos humanos”, diz. [ScienceDaily]

Fonte: http://hypescience.com/um-grotesco-tipo-de-exploracao-de-humanos-nunca-visto-na-historia/

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Morte encefálica e transplantes: primeiro debate aberto ao público com presença do CFM

Em 20 de maio de 2003, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul promoveu o primeiro debate aberto ao público no Brasil sobre morte encefálica e transplantes de órgãos com a presença do Conselho Federal de Medicina, representado pelo Presidente da Câmara Técnica Brasileira da Morte Encefálica, Dr. Solimar Pinheiro da Silva. Estavam presentes também os representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público do Estado, do CREMERS e do Executivo.  O Ministério Público Federal foi convidado, mas não enviou representante.

Neste debate, o representante do CFM afirmou textualmente que o teste da apnéia (desligamento do respirador por 10 minutos) é INDISPENSÁVEL para declarar a morte encefálica e é um procedimento DOGMÁTICO.  Se dogmático, como o responsável por este procedimento afirmou naquela oportunidade, fica evidente que está afastado de seu uso qualquer base CIENTÍFICA e, portanto, médica neurológica válida.  As atas dos debates podem ser encontradas em   https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/01/14/seminario-sobre-morte-encefalica-e-transplantes-de-20052003-na-assembleia-legislativa-do-estado-do-rio-grande-do-sul/

Solimar Pinheiro da Silva: "teste da apnéia é dogmático"

Neste evento, foi apresentado também o vídeo que está no endereço:

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2011/11/01/morte-encefalica-a-verdade-sobre-o-teste-da-apneia-na-declaracao-de-morte-no-brasil/

onde surge comprovado que o teste da apnéia, como previsto na Resolução CFM 1.480/97, é FATAL para a vida do potencial doador de órgãos e, portanto, indispensável para que exista um maior aporte de órgãos para a atividade transplantadora.

Mais tarde, em 05 de outubro de 2004, a Folha de São Paulo torna público que o procedimento declaratório da morte encefálica é feito de DUAS maneiras diferentes para o mesmo quadro clínico de traumatismo encefálico severo (o “potencial” doador de órgãos), DEPENDENDO do hospital onde o paciente estiver.  A reportagem “CFM será obrigado a explicar morte cerebral” pode ser encontrada neste endereço:

https://biodireitomedicina.wordpress.com/2009/10/02/cfm-sera-obrigado-a-explicar-morte-cerebral-folha-de-sao-paulo/

 
Celso Galli Coimbra
OABRS11352
cgcoimbra@gmail.com

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Morte Encefálica: a verdade sobre o teste da apnéia na declaração de morte no Brasil

TESTE DA APNÉIA: DECLARAÇÕES DO NEUROLOGISTA CELIO LEVYMAN

O neurologista Celio Levyman, um dos 12 elaboradores dos critérios da morte encefálica no Brasil, então o coordenador da Comissão Técnica de Critérios de Morte Encefálica do CRM e membro da Câmara Técnica Permanente de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina, portanto autor e subscritor da Resolução CFM 1.480/97, que estabelece o procedimento declaratório de morte encefálica no Brasil, em debate no Programa Opinião, da TV Cultura de São Paulo, do dia 16 de janeiro de 1998, afirma publicamente sobre o teste da apnéia usado para a verificação da morte encefálica:

” O teste da apnéia não é feito com 10 minutos, realmente deixar 10 minutos sem respirar, naturalmente, que o desastre será total, o teste da apnéia é feito com um tempo muito menor. O tempo definido é de dois a três minutos.”  (estas são palavras textuais de Celio que você poderá assistir no vídeo acima)

Na resolução 1.480/97, elaborada por ele próprio consta 10 minutos!

A gravação do programa está agora disponível para todos assistirem e tirarem suas próprias conclusões sobre o fato óbvio de que uma personalidade com alta responsabilidade como Levyman, que exerceu uma função pública ao participar da elaboração dos procedimentos declaratórios da morte encefálica, visto que esta Resolução CFM 1480/97 foi decorrente de competência outorgada pela Lei dos Transplantes ao CFM, jamais poderia estar ignorando ou enganando-se quanto ao tempo efetivo previsto naquele Protocolo para duração do tempo do teste (teste da apnéia) de desligar o respirador do paciente traumatizado encefálico severo para verificação da ocorrência da morte que dá condições de retirada de órgãos para transplantes.

Sob o ponto de vista jurídico penal:   morte não pode ser declarada com tanta incidência de dúvidas, incertezas ou contradições (?) notórias de parte até mesmo de quem redigiu os seus procedimentos declaratórios constantes na Resolução 1.480/97, ainda mais que esta “morte” foi concebida, na sua origem, pelo Comite Ad Hoc da Harvard Medical School em 1968, sem qualquer indicação bibliográfica,  para viabilizar a indústra transplantadora nascente, o que exigia primeiro criar mecanismos para isentar os médicos autores desta declaração prognóstica de responsabilidades criminais e que, também, preservasse a atividade cardiorrespiratória do doador durante a extração dos órgãos, a qual é indispensável para o aproveitamento de órgãos viáveis para transplantes.   Tudo com a finalidade de promover a transferência de recursos biológicos da vida de uma pessoa/paciente doadora para outra pessoa/paciente receptora, que aguarda pela “morte” da primeira para poder sobreviver.  Logo, é NOTÓRIO o conflito de interesses de vida entre pacientes e seus médicos, dentro da Medicina a partir de 1968, tanto quanto a subordinação de toda a Medicina aos interesses exclusivamente transplantadores, em especial a Neurologia.

Este vídeo foi entregue no ano de 2000 para o Ministério Público Federal – através de Interpelação Judicial a este Órgão, na Justiça Federal do Rio Grande do Sul – por 74 brasileiros, representados pelo advogado que posta esta mensagem, junto com ampla documentação médica e científica, e 40 quesitos neurológicos para esclarecer os erros do procedimento declaratório da morte encefálica.   Retida esta apresentação pelo MPF por vários anos, ela finalmente foi entregue ao CFM em 2004 e este órgão não conseguiu enfrentar o contraditório técnico que lhe foi oposto.  

Celso Galli Coimbra
OABRS 11352
cgcoimbra@gmail.com
 
Sobre o mesmo assunto, veja também:
 

Morte encefálica e transplantes: primeiro debate aberto ao público com presença do CFM

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Entrevista com Mrs. Mercedes Wilson sobre morte encefálica e transplante de órgãos

 

 

Médicos acusados de tráfico de órgãos em Taubaté – SP são condenados a 17 anos

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Caso Kalume

Os médicos são acusados de terem retirado os rins de pacientes ainda vivos para usá-los em transplantes particulares em Taubaté -SP.

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Nefrologista Pedro Torrecilas, acusado de matar  José Faria Carneiro com um golpe de bisturi, momentos antes da condenação

Nefrologista Pedro Torrecilas, acusado de matar José Faria Carneiro com um golpe de bisturi, momentos antes da condenação

Fonte: UOL Notícias

Após quatro dias de julgamento e cerca de 40 horas de debates, os três médicos do caso Kalume foram condenados a 17 anos e seis meses de prisão. Os médicos são acusados de terem retirado os rins de pacientes ainda vivos para usá-los em transplantes particulares em Taubaté (SP).

Os médicos condenados por homicídio doloso saíram do fórum criminal sem gravar entrevistas. A defesa afirmou que entrará com recurso na sexta-feira (21) e que pensa até mesmo na possibilidade de pedir a anulação da condenação devido a nulidades no processo.

O caso aconteceu na década de 1980 e ficou conhecido como Kalume em referência ao médico Roosevelt Sá Kalume, autor das denúncias e diretor da Faculdade de Medicina

da Universidade de Taubaté na época. Os médicos acusados são Mariano Fiore Junior, Rui Noronha Sacramento e Pedro Henrique Masjuan Torrecillas.

O urologista Sacramento desmaiou após a leitura da sentença e teve de ser socorrido, sendo também amparado pela mulher e filhos que acompanhavam os trabalhos do júri.

O juiz de direito Marco Antônio Montemór não conversou com os jornalistas, mas, antes do anúncio da decisão, definiu o caso como sendo uma “tragédia”.

O promotor Márcio Friggi demonstrou satisfação com a pena aplicada aos réus, e descartou a possibilidade levantada pela defesa de anular o processo. “A justiça foi feita, e a decisão foi histórica, principalmente por todos os acusados se tratarem de doutores”, disse.

Por se tratarem de réus primários, os condenados poderão recorrer em liberdade.

Desde as 15h40, os sete jurados – quatro mulheres e três homens – estavam reunidos na sala secreta para responder às 60 perguntas formuladas pela promotoria e pela defesa: 20 para cada um dos réus. A primeira delas questiona se as vítimas foram submetidas à extração dos rins sem a efetiva constatação de morte encefálica. Caso os jurados respondessem “não”, o réu teria sido absolvido. Caso prevalecesse o “sim”, o juiz faria a pergunta seguinte.


Médicos haviam sido absolvidos em conselhos de medicina

Embate

O terceiro dia do julgamento, nesta quarta-feira (19), foi marcado pelo embate entre o promotor Mário Friggi e a defesa dos médicos. Friggi argumentou que havia em Taubaté um centro captador de rins –e não um programa de transplantes–, usado por hospitais particulares e intermediado pelo médico Emil Sabagga, um dos pioneiros de transplantes renais na América Latina. O equivalente a cerca de R$ 35 mil teria sido pago por um paciente ao hospital por um transplante. O promotor criticou o sistema brasileiro, que levou dez anos para encerrar o inquérito policial, e ironizou o fato de os réus negarem os fatos. “Não aconteceu nada aqui em Taubaté. Está tudo certo”, disse Friggi.

Ao se dirigir aos jurados, o promotor deu o tom do que deve ser a sua tese de acusação. Ele quis desqualificar a tentativa da defesa de apontar que a denúncia de Kalume tenha sido feita por ciúme e pela disputa de poder. “Será que tudo o que aconteceu aqui, toda a repercussão na mídia, foi apenas porque o dr. Kalume queria execrar publicamente essas pessoas?”, indagou.

Os réus

Mariano Fiore Junior afirmou ter falado várias vezes à polícia sobre o sumiço de documento do prontuário dos pacientes. “O delegado prevaricou?”, disse o promotor. Fiori respondeu que essa era uma palavra “muito forte”. Após ter prestado depoimento, na segunda, Kalume foi internado no Hospital Regional, em Taubaté, onde foi submetido a um cateterismo. Ele está internado, sem alterações no quadro clínico.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/10/20/medicos-acusados-de-trafico-de-orgaos-sao-condenados-a-17-anos-de-prisao.jhtm

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Taubaté em São Paulo tinha central de rins para ricos, diz promotor

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Pergunta-se:
Tráfico de órgãos existe apenas em Taubaté, em todo o Brasil?  
E quantos outros casos, além do Kalume, existiram ou existem em Taubaté, como, por exemplo, o Caso do Menino Pavesi que ocorreu em 2000, e que continua impune?

 “Não foi montado um programa de transplantes, mas sim uma central de remessas de órgãos para ricos em São Paulo” diz Promotor.

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Fonte: Folha de São Paulo

Uma central de remessa de rins para pacientes ricos de São Paulo. Assim o promotor Marcio Augusto Friggi de Carvalho definiu o trabalho do grupo de médicos de Taubaté (140 km de São Paulo) que realizava a retirada de órgãos de pacientes para transplantes.

A afirmação foi feita ontem na exposição do promotor ao júri pedindo a condenação de três médicos por homicídio doloso (intencional). O urologista Rui Noronha Sacramento, o nefrologista Pedro Henrique Torrecilhas e o neurocirurgião e legista Mariano Fiore Júnior são acusados de utilizar diagnósticos falsos de morte encefálica para extrair rins de quatro pessoas em 1986. Eles negam.

De acordo com Carvalho, pelo menos duas pessoas que receberam rins de pacientes em Taubaté foram rastreadas. As investigações, diz ele, comprovaram que os órgãos foram para o hospital Oswaldo Cruz, onde havia uma fila própria de transplante.

O custo da cirurgia variava de 100 mil a 150 mil cruzados novos –o equivalente a R$ 35 mil e R$ 70 mil, respectivamente. “Não foi montado um programa de transplantes, mas sim uma central de remessas de órgãos para ricos em São Paulo”, disse o promotor.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5920968/taubate-sp-seria-centro-captador-de-rins.aspx
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Taubaté-SP: centro captador de rins

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 “havia em Taubaté um centro captador de rins – e não um PROGRAMA  de transplantes -, usado por hospitais particulares e intermediado pelo médico Emil Sabagga, um dos pioneiros de transplantes renais na América Latina. O equivalente a cerca de R$ 35 mil teria sido pago por um paciente ao hospital por um transplante. O promotor criticou o sistema brasileiro, que levou dez anos para encerrar o inquérito policial, e ironizou o fato de os réus negarem os fatos. ‘Não aconteceu nada aqui em Taubaté. Está tudo certo”.

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O terceiro dia do julgamento do caso Kalume, em Taubaté (SP), foi marcado pelo embate entre o promotor Mário Friggi e a defesa dos médicos Pedro Henrique Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior, acusados de retirar os rins de quatro pacientes vivos no antigo Hospital Santa Isabel. A retirada dos órgãos, que teria ocorrido há 25 anos, foi denunciada pelo médico Roosevelt Sá Kalume, então diretor do departamento de medicina da Universidade de Taubaté (Unitau). A sentença deve sair amanhã à tarde.

 

Friggi argumentou que havia em Taubaté um centro captador de rins – e não um programa  de transplantes -, usado por hospitais particulares e intermediado pelo médico Emil Sabagga, um dos pioneiros de transplantes renais na América Latina. O equivalente a cerca de R$ 35 mil teria sido pago por um paciente ao hospital por um transplante. O promotor criticou o sistema brasileiro, que levou dez anos para encerrar o inquérito policial, e ironizou o fato de os réus negarem os fatos. “Não aconteceu nada aqui em Taubaté. Está tudo certo”, disse Friggi.

Ao se dirigir aos jurados, o promotor deu o tom do que deve ser a sua tese de acusação. Ele quis desqualificar a tentativa da defesa de apontar que a denúncia de Kalume tenha sido feita por ciúme e pela disputa de poder. “Será que tudo o que aconteceu aqui, toda a repercussão na mídia, foi apenas porque o dr. Kalume queria execrar publicamente essas pessoas?”, indagou.

 

Acusados. Pela manhã de hoje, os três médicos acusados foram questionados pelo juiz Marco Antonio Montemor, pelo promotor e pela defesa. Pedro Henrique Torrecillas, acusado de ter matado o paciente José Carneiro com um golpe de bisturi, negou o fato e disse que a enfermeira Isabel Pereira, que o acusa, não teria participado da cirurgia.

 

Mariano Fiore Junior afirmou ter falado várias vezes à polícia sobre sumiço de documento do prontuário dos pacientes. “O delegado prevaricou?”, disse o promotor. Fiori respondeu que essa era uma palavra “muito forte”. Após ter prestado depoimento, na segunda, Kalume foi internado no Hospital Regional, em Taubaté, onde foi submetido a um cateterismo. Ele está internado, sem alterações no quadro clínico.

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Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5920968/taubate-sp-seria-centro-captador-de-rins.aspx

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Tráfico de órgãos: Enfermeira de Taubaté fala pela primeira vez sobre o Caso Kalume

História chocou o Brasil na década de 80:  médicos são acusados de retirar órgãos de pacientes ainda vivos

Começa na segunda-feira (17/10/2011) o julgamento dos médicos envolvidos no Caso Kalume. A história chocou o Brasil na década de 80, quando quatro médicos foram acusados de retirar órgãos de pacientes ainda vivos. E neste sábado nossa equipe conversou com a enfermeira que é uma das principais testemunhas de acusação do caso.

  

Foram vinte e cinco anos de apreensão e silêncio. Rita Maria Pereira trabalhou no Hospital Regional, em Taubaté, e é a principal testemunha de acusação do Caso Kalume. Em 1986 ela conta que presenciou um ato de brutalidade de um dos médicos envolvidos na denúncia. “Quando eu olhei, os rins já estavam em cima da mesa”.

O médico que teria assassinado o paciente com traumatismo craniano é o urologista Pedro Henrique Torrecilas. Ele e outros três médicos são acusados de retirarem os rins de pacientes ainda vivos. A denúncia ficou conhecida como Caso Kalume, porque a acusação foi feita pelo então diretor do departamento de medicina da Unitau, Roosevelt Kalume.

Pelo menos quatro pessoas teriam sido vítimas dos médicos. O irmão de Ivan foi uma delas. O rapaz foi internado na época com aneurisma.  A família autorizou a doação dos rins assim que fosse constatada a morte cerebral. Mas Ivan diz que os médicos desligaram os aparelhos antes disso. “Não tem gente que fica em coma por anos e depois se recupera? Ele também poderia ser assim”, reclama.

O delegado responsável pela investigação, Roberto Martins, passou dez anos trabalhando no caso. “Na perícia técnica, os 4 pacientes vítimas de homícidio não se encontravam em morte cerebral, nem morte encefálica”.

Desde então o caso se arrasta na Justiça. A demora para marcar o julgamento dos médicos foi tanta, que um dos quatro acusados, o neurologista Antonio Aurélio Monteiro já morreu. Outros dois médicos envolvidos aceitaram conversar com nossa equipe e rebatem as acusações.

“Eu tenho certeza que os exames foram dentro dos parâmetros. O diagnóstico foi realizado em perfeitas condições”, comentou o urologista Mariano Fiore Júnior. “Eu me formei para salvar vidas”, defendeu-se Rui Sacramento.

O doutor Pedro Henrique Torrecillas, que teria matado o paciente com um bisturi, não quis receber nossa equipe. Mas quando a denúncia foi feita, ele negou as acusações. “Essas acusações são indevidas e descabidas”, declarou à época.

O julgamento deve começar na segunda-feira. A expectativa é que dure, pelo menos, quatro dias. E a espera para o final dessa história que já dura 25 anos pode chegar ao fim.

“Quanto tempo de espera e o negócio só vai enrolando, enrolando… É uma emoção muito grande saber que agora pode resolver esse problema desse processo”, declarou o aposentado Ivan.

Fonte:  http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=105963

Máfia das Pensões de Teresina faz tráfico de rins

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Há pouco tempo atrás, muitas pessoas que se consideram profissionais “brilhantes” faziam anedotário sobre o tráfico de órgãos ser mera “lenda urbana”, tão somente para não comprometer a imagem do filão de ouro da medicina transplantadora no Brasil …

Celso Galli Coimbra
OABRS 11352

O delegado Edvan Botelho, da Cico (Comissão Investigadora do Crime Organizado) está investigando, a partir de depoimentos de testemunhas, a série de crimes mais escandalosos da história do Piauí praticados por máfia formada por pensões de Teresina, empresas de ônibus do Piauí, médicos de clínicas privadas e hospitais públicos e até algumas enfermeiras do HGV (Hospital Getúlio Vargas).

O delegado Edivan Botelho ouviu funcionários de empresa de ônibus que fazem linhas de cidades do Maranhão para Teresina, que transportam pacientes para atendimento no sistema de saúde no Piauí.

Funcionários das empresas de ônibus informaram a Edvan Botelho que seus patrões e donos de Vans transportam pacientes de Tocantins, Maranhão e Pará e entram agenciadores durante as viagens nos municípios de Barra do Corda, Grajaú e Presidente Dutra (MA) já encaminhando para as pensões teresinenses de quem cobram R$ 10, R$ 12 e R$ 15 por pessoas.

Em um dos depoimentos mais chocantes prestados ao delegado Edvan Botelho, na Cico, um funcionário de empresa de ônibus afirma que existe tráfico de órgãos humanos e um rim pode ser vendido a R$ 70 mil.

Ele lembrou que estava em uma pensão em Teresina quando conheceu um paciente de Altamira (PA) que havia passado por uma cirurgia e ao perguntar sobre seu problema o homem disse que na verdade havia vendido um rim, pois estava em dificuldade financeira.

O paciente falou que ouviu comentários de que o valor de um rim custaria de R$ 8 mil a R$ 10 mil para a pessoa que “doa” (paciente que tem o órgão retirado) e que na mesma época ouviu uma dona de pensão chamada Silva falar pessoalmente com uma senhora dentro de sua pensão que o valor de um rim custava R$ 70 mil para quem necessitava do órgão.

Em outra denúncia apurada pelo delegado Edvan Botelho aponta que algumas enfermeiras do HGV (Hospital Getúlio Vargas) têm esquema com donos de pensão, que funciona da seguinte forma: os donos de pensão marcam consultas para seus pacientes e algumas enfermeiras cobram em média R$ 50 das pensões e esses pacientes têm prioridade em relação aos que são atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Os valores pagos pelas consultas são divididos por algumas enfermeiras e os donos de pensões e que quando o paciente necessita de uma cirurgia, algumas enfermeiras do HGV combinadam com alguns médicos marcam com o dono da pensão e essa cirurgia sera feita no próprio HGV e o dinheiro pago à vista ou depositado nas conta de dono de pensão ou de médico para que seja dividido entre os três porque oficialmente a cirurgia é feita pelo SUS.

Fonte: MeioNorte

http://portalesp.com.br/geral/?p=5923

OCTOBER 6, 2011 AT 10:07

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