Revista Fatos da Vida
Fatos da Vida, Ano I, número 6, dezembro de 2000
O endereço para citação deste artigo neste site:
https://biodireitomedicina.wordpress.com/2008/12/28/os-riscos-de-abortar/
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As referências bibliográficas deste artigo encontram-se em
www.terravista.pt/enseada/1881/riscos.html
Acessado em 07 de mar de 2006.
Antes do Plebiscito em Portugal ele foi retirado daquele site.
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Traduzido e adaptado de “The Post-Abortion Review”, Vol. 8, No. 3, Jul.-Set. 2000
Elliot Institute, PO Box 7348, Springfield, IL 62791-7348
O “Elliot Institute” é um instituto norte-americano que faz investigação científica sobre os efeitos do aborto na mulher. Mais informação sobre este tema pode ser encontrada no seu site: www.afterabortion.org
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“as mulheres que abortam têm quatro vezes maior probabilidade de morrer no espaço de um ano do que as mulheres que dão à luz”
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“o aborto legal é constatado como a quinta causa de morte materna no E.U.A.” […]
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“Infelizmente, o que muitas mulheres não percebem é que acabam por sacrificar parte delas próprias juntamente com o seu bebé.”
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OS RISCOS DE ABORTAR
Amy R. Sobie,
Elliot Institute
Estudos documentam os perigos físicos e emocionais do aborto nos Estados Unidos da América, onde todo o aborto é legal e praticado em “estabelecimentos de saúde legalmente autorizados”.
Alguns têm insistido que o aborto é mais saudável para as mulheres do que o parto. Porém, diversos estudos que examinaram os efeitos de aborto demonstraram precisamente o contrário. As mulheres que abortaram, frequentemente enfrentaram problemas físicos e emocionais crescentes, incluindo abuso de drogas, doenças mentais, perda de fertilidade, perda de gravidezes posteriores e câncer da mama. Este artigo examinará vários estudos e o que eles dizem sobre os riscos do aborto.
Complicações fatais
Embora a maior parte das mortes relacionadas com o aborto não sejam classificadas oficialmente como tais (1), o aborto legal é constatado como a quinta causa de morte materna no E.U.A. (2). O mais recente — e mais bem documentado — estudo sobre mortes relacionadas com o aborto, até esta data, é um estudo finlandês de 1997, financiado pelo Governo, que mostrou que as mulheres que abortam têm quatro vezes maior probabilidade de morrer no espaço de um ano do que as mulheres que dão à luz. Estendendo o âmbito do estudo para além da estreita janela de tempo que é examinada pela maioria dos outros estudos do pós-aborto, os investigadores puderam perceber melhor como o aborto realmente afeta as vidas das mulheres. Os resultados mostraram claramente que, em comparação com as mulheres que levam a gravidez a termo, as mulheres que abortaram no ano anterior à sua morte tinham:
– 60% maior probabilidade de morrerem de causas naturais,
– 7 vezes maior probabilidade de cometerem suicídio,
– 4 vezes maior probabilidade de terem acidentes fatais, e
– 14 vezes maior probabilidade de morrerem vítimas de homicídio (3).
Complicações de curto prazo
O aborto foi também relacionado com vários problemas físicos de curto e longo prazo. As complicações imediatas podem incluir perfuração uterina, infecção, hemorragia, embolia, complicações de anestesia, convulsões, lesões do colo uterino, choque endotóxico, febre, vômitos e sensibilização de Rh. Os problemas de longo prazo incluem infertilidade, problemas com gravidezes futuras, alguns tipos de câncer, e saúde geral mais baixa (4).
As infecções são uma das complicações do aborto mais comuns, mas muitas clínicas não fazem testes de rotina para as detectarem (5). Isto apesar de alguns defensores do aborto admitirem que este causa de fato essas infecções. Por exemplo, num artigo sobre abortos “faça você mesmo”, Michele McDevitt, porta-voz da Planned Parenthood da Califórnia, avisou que “sempre que a zona uterina é invadida há risco de infecção” (6). Ironicamente, isto vem da mesma organização que insiste que o aborto é seguro desde que uma mulher pague a uma clínica para o fazer.
A infecção é ainda mais perigosa se a mulher não procura tratamento, ou se antes de um aborto a clínica não faz testes para ver se há infecção prévia. Um estudo mostrou que as mulheres que tinham uma infecção não tratada de chlamydia [uma doença sexualmente transmissível] na altura do aborto, tinham 72 por cento de risco de desenvolverem Doença Inflamatória Pélvica em comparação com 8 por cento das mulheres tratadas antes do aborto (7). Outro estudo, descobriu que mulheres com infecção de chlamydia que atrasaram a procura de tratamento por três ou mais dias após o aparecimento dos sintomas, tinham seis vezes maior probabilidade de terem problemas de infertilidade do que as que procuraram tratamento imediatamente (8).
Mesmo quando as mulheres buscam imediatamente tratamento, as infecções podem ainda levar a problemas de longo prazo. Mulheres jovens que, por exemplo, não tiveram uma gravidez prévia completa, não responderam tão bem a tratamentos com antibióticos como mulheres mais velhas que já tinham dado à luz uma criança (9).
Quando o câncer ataca
Aproximadamente uma em cada oito mulheres terão câncer da mama na sua vida. Um número estimado de 43 500 mulheres morrem cada ano desta doença, com mais de 175 000 casos novos de câncer da mama invasivo diagnosticados cada ano (10).
Estudos sobre a relação entre o aborto e o câncer da mama têm sido desprezados ou ignorados pela indústria do aborto e pela mídia. Mas alguns investigadores descobriram que, ao interromper o crescimento das células nos seios da mulher durante o primeiro trimestre da gravidez, o aborto aumenta o risco de contrair câncer da mama.
O Dr. Joel Brind, um dos maiores especialistas na relação entre o aborto e o câncer da mama, realizou uma meta-análise de 23 estudos publicados sobre o câncer da mama e o aborto, 18 dos quais documentam uma relação entre o aborto e o câncer da mama. Brind e os seus colegas concluíram que mulheres que abortaram as suas primeiras gravidezes enfrentaram um risco de 30 a 50 por cento superior de câncer da mama. Sete de cada dez estudos mostraram também que mulheres que fizeram múltiplos abortos tiveram um risco superior de contrair câncer da mama do que mulheres que fizeram só um aborto (11).
O risco para gravidezes futuras
Alguns estudos mostram que, para mulheres saudáveis, o risco de contrair certos problemas durante a gravidez e o parto diminuem com cada nova gravidez. Por exemplo, alterações hipertensivas como a eclâmpsia (convulsões) e a pré-eclâmpsia (hipertensão com edema ou níveis aumentados de proteínas na urina) estão entre as maiores causas de mortes relacionadas com a gravidez no mundo ocidental (12).
A investigação mostra que as mulheres cuja primeira gravidez acabou em parto de tempo completo têm menor hipótese de desenvolver pré-eclâmpsia em gravidezes posteriores. Mas, como mostra a Figura 1, as mulheres que abortaram as suas primeiras gravidezes de fato tiveram um maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia em gravidezes posteriores (13).
Estudos mostraram também que as mulheres com um histórico de aborto têm um maior risco de aborto espontâneo do que as mulheres que nunca abortaram. A Figura 2 mostra que as mulheres com duas gravidezes anteriores levadas a termo e nenhum aborto tinham o menor risco (0.71), enquanto mulheres com dois abortos prévios tinham o maior risco (4.32) (14).
Dados de outros estudos mostraram que as mulheres com um histórico de aborto:
– Tinham um risco de gravidez ectópica 1.5 a 1.7 vezes superior ao das mulheres que tiveram gravidezes completas anteriores (15).
– Tinham quatro vezes maior probabilidade de infecção intra-uterina durante uma gravidez de pelo menos 20 semanas de gestação (16).
– Tinham um risco superior de hemorragia durante uma gravidez subseqüente do que as mulheres que previamente deram à luz ou que estavam na sua primeira gravidez (17).
– Tinham dores de parto mais intensas do que as mulheres que previamente levaram a gravidez ao termo (18).
– Tinham maior probabilidade de sofrer de retenção de placenta durante o parto ou hemorragia pós-parto do que mulheres que deram previamente à luz (19).
Adicionalmente, embora pouco seja conhecido sobre o impacto do aborto na taxa de mortalidade materna em gravidezes subseqüentes, poucas dúvidas podem restar de que o aborto aumenta o risco da mulher desenvolver complicações que põem em risco a sua vida em gravidezes posteriores. Por exemplo, as estatísticas disponíveis sugerem que o aborto legal é responsável por 4800 casos de gravidez ectópica por ano. Investigadores estimam que cerca de 10 mulheres morrem todos os anos de gravidez ectópica relacionada com aborto (20).
Comportamento auto-destrutivo pós-aborto
As mulheres abortam por muitas razões: medo de estragarem uma relação, medo de desapontarem os seus pais ou o parceiro, medo de não poderem sustentar a criança, ou medo de perderem o controle das suas vidas. Muitas vezes, os que estão à sua volta passam a mensagem de que se sacrificarem “só esse pequeno pormenor”, podem manter tudo o resto nas suas vidas.
Infelizmente, o que muitas mulheres não percebem é que acabam por sacrificar parte delas próprias juntamente com o seu bebê. O aborto deixa-as com sentimentos de raiva contra si próprias, isolamento e arrependimento. Nancyjo Mann, a fundadora das Women Exploited by Abortion (WEBA, “Mulheres Exploradas pelo Aborto”), escreveu depois do seu aborto:
“Eu comecei a dar-me com gente “da pesada”, imitando as suas maneiras, assumindo a sua atitude. O que me atraiu neles foi a sua destrutividade, o seu desprezo pelo mundo. Em pouco tempo, comecei a andar com pistolas e facas, e a andar por aí com gangs de motos e pior. As pessoas com quem eu andava queriam destruir, roubar e mutilar, e era isso que eu queria também fazer, tanto a outros como a mim própria.” (21)
Estas tendências auto-destrutivas são uma reação pós-aborto comum. Um estudo descobriu que mulheres que se submeteram a abortos eram tratadas 24% mais frequentemente devido a acidentes e condições relacionadas com violência do que mulheres que deram à luz. (22)
O abuso de álcool e drogas é outra manifestação desse comportamento auto-destrutivo. Um estudo recente do Elliot Institute descobriu que as mulheres que abortaram tinham cinco vezes mais apetência ao abuso de drogas e álcool do que mulheres que levaram a sua gravidez a termo (23). De acordo com o Dr. Philip Ney, investigador destes assuntos: “Se não conseguem obter legalmente, com receita médica, fármacos usados no tratamento de alterações do humor, muitas dessas mulheres recorrem ao álcool ou a drogas ilegais como forma de apagar sentimentos indesejados sobre os seus abortos passados.” (24)
O abuso de drogas e álcool também deixa as mulheres sob um maior risco, não só de violência, como de outras atividades de auto-destruição, como a promiscuidade (que pode levar a abortos repetidos, doenças sexualmente transmissíveis e HIV/SIDA) e à condução sob efeito desses excessos. As mulheres depois de um aborto têm também maior probabilidade de usarem drogas e álcool durante uma futura gravidez (25), o que foi relacionado com danos cerebrais dos filhos, partos prematuros, abortos espontâneos e muitos outros problemas. Os que procuram uma cura para a epidemia atual de bebes viciados em drogas e álcool deviam prestar atenção ao papel do aborto nesse problema trágico.
As mulheres depois de um aborto têm também maior probabilidade de fumar do que as mulheres que deram à luz, o que traz consigo outro conjunto de riscos para a saúde (26). Por exemplo, fumar durante a gravidez foi associado com aborto espontâneo, parto prematuro, pouco peso à nascença, Síndrome de Morte Súbita Infantil e problemas neurológicos e respiratórios em crianças. Apesar desses riscos, as mulheres com um histórico de aborto têm maior probabilidade de fumar durante gravidezes subseqüentes, talvez como meio de aliviarem uma ansiedade pós-aborto (27).
A ameaça para a saúde mental
As mulheres com um histórico de aborto têm maior probabilidade de terem depressões do que as mulheres que dão à luz, especialmente se têm sentimentos negativos em relação ao aborto ou sentem que não tiveram controle sobre a decisão de abortar (28). Isto é uma importante descoberta considerando que num estudo das Women Exploited by Abortion de 252 mulheres que tinham abortado, mais de 50% disseram que se sentiram “forçadas” a abortar por outros ou pelas circunstâncias (29).
Um estudo do Elliot Institute de mulheres da Califórnia que abortaram ou deram à luz nos últimos seis anos concluiu que as que abortaram tinham problemas de saúde mental significativamente superiores aos das mulheres que levaram as suas gravidezes a termo (30). E um estudo dinamarquês descobriu que no total, mulheres com um histórico de aborto tinham uma taxa de admissão em hospitais psiquiátricos 50% superior do que mulheres que deram à luz bebês vivos (31).
Abortos repetidos podem ser tanto o resultado como a causa de problemas emocionais e psicológicos. Um estudo de mulheres que abortavam repetidamente descobriu uma subida de três vezes no número de consultas psiquiátricas, em comparação com pacientes que levavam as suas gravidezes a termo.
Outro estudo (ver Figura 3) concluiu que, apesar de não haver diferenças significativas nas desordens psicológicas ou uso dos serviços sociais entre mulheres que deram à luz ou aquelas que abortaram pela primeira vez, mulheres que já tinham abortado pelo menos uma vez tinham o dobro da probabilidade de terem complicações de ordem psicológica ou de terem contacto com os serviços sociais.
Conclusão
Apesar de ser importante informar as mulheres sobre os riscos do aborto e promover o “tratamento pós-aborto”, é preciso fazer mais. As mulheres têm o direito a informação antes de dar consentimento para o aborto, um direito que devia ser garantido por lei. Este direito só virá, porém, quando as leis que protegem os abortadores dessa obrigação forem substituídas por leis que ampliem o direito das mulheres a obterem reparação pelos danos físicos e emocionais provocados pelo aborto. Esperemos que esse dia chegue em breve.
Amy R. Sobie, Elliot Institute
As referências deste artigo encontram-se em www.terravista.pt/enseada/1881/riscos.html Acessado em 07 de mar de 2006
Traduzido e adaptado de “The Post-Abortion Review”, Vol. 8, No. 3, Jul.-Set. 2000 Elliot Institute, PO Box 7348, Springfield, IL 62791-7348
O Elliot Institute é um instituto americano que faz investigação científica sobre os efeitos do aborto na mulher que aborta. Mais informação sobre este tema pode ser encontrada no seu site: www.afterabortion.org
Bibliografia sobre o aborto e o dano à saúde que provoca
Volume One, 1992-1993
Report on the latest pro-abortion research; Planned Parenthood v. Casey; Abortion / Suicide connection; the JAMA coverup; Abortion and subsequent substance abuse; Identifying high risk abortion cases; Abortion and the feminization of poverty; Why we should be both pro-woman and pro-life.
Volume Two, 1994
Rape and incest pregnancies; Abortion malpractice manual for attorneys; Informed Consent; Advantages of a pro-woman / pro-life strategy.
Volume Three, 1995
The post-abortion healing approach; Model pro-life legislation; Welfare reform and abortion; Psychology of despair and hope; the “Koop Report; ” Pope speaks to post-abortive women; Morality of the post-abortion strategy; Women’s right to know; Review of pro-abortion research; Book reviews; News briefs.
Volume Four, 1996
Reflections of aborting women; Abortion and the Bobbitt case; Abortion and domestic violence; Men and abortion.
Volume Five, 1997
The impact of abortion on Generation X; Abortion and suicide; Being kind to “vegetables”, Despair vs. Hope, Knowing your audience in the abortion debate; Lessons we should have learned since Roe; Psychological effects of abortion on women; Hidden agenda of population controllers; Finding real answers about abortion; Book reviews.
Volume Six, 1998
Abortion and child abuse; Women at Risk Conference; A Fable of the triumph of post-abortion healing; Hope and Healing; Lies about the morning after pill; the threat of jail for substance abuse during pregnancy; Book Reviews.
Volume Seven, 1999
Post-abortion ministry in prisons; the Kate Michelman story; Finding healing after abortion; Exposing Deceptive Abortion Practices.
Volume Eight, 2000
Coerced Abortions; Manipulation of Teens; Women are FOUR TIMES more likely to die after abortion compared to childbirth; Flaws in U.S. data on abortion deaths; ER Doctor describes abortion complications coverup; Pro-woman and pro-life politics; Reports on New Studies
Volume Nine, 2001
Abortion’s Special Dangers to Adolescents; Protective Effects of Childbirth; Abortion and African Americans; Introduction to Forbidden Grief; Cloning and Human Engineering; NEw Book Documents all major Studies on Abortion Complications; and much more.
http://www.afterabortion.org/
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