Testemunha diz que participou de tráfico de órgãos na guerra de Kosovo

Kosovo position within Serbia

Kosovo position within Serbia (Photo credit: Wikipedia)

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A TV estatal sérvia (RTS) transmitiu nesta segunda-feira a entrevista com uma testemunha do tráfico de órgãos durante a guerra de Kosovo que afirma ter extraído o coração de uma vítima consciente e sem anestesia.

“Me deram um bisturi e ordenaram: ‘começa porque não temos muito tempo'”, revelou o homem, cuja voz foi distorcida pela emissora e que teria integrado a guerrilha de Kosovo.

“Coloquei minha mão esquerda sobre seu peito e comecei a cortar (…). O sangue jorrou e ele gritou pedindo para não ser mutilado, que não o matássemos”, disse a testemunha, com sotaque albanês.

“Ele perdeu a consciência. Não sei se desmaiou ou morreu, fiquei transtornado”, revelou a testemunha sobre a vítima, que “tinha cerca de vinte anos”.

CRIMES DE GUERRA

O promotor sérvio para crimes de guerra, Vladimir Vuckevic, disse no domingo que tinha uma testemunha –um ex-integrante da guerrilha do Kosovo– que sabe informações sobre o tráfico de órgãos extraídos de prisioneiros sérvios durante a guerra do Kosovo.

Segundo a testemunha, a cirurgia ocorreu em uma sala de aula, sobre três bancos colocados lado a lado para servir de mesa de operação. A vítima foi imobilizada por quatro guerrilheiros kosovares.

Na entrevista, a testemunha não revela onde ocorreu a operação, mas Vuckevic disse que a barbárie teve lugar no norte da Albânia, na zona de fronteira com Kosovo, “no final dos anos 90”.

A testemunha afirma que da operação participaram dois médicos, incluindo um encarregado de preservar o órgão retirado, e conta como um dos homens “arrancou o coração da caixa toráxica, ainda batendo”, após “secionarmos as artérias” da vítima.

O coração foi colocado em uma caixa térmica e levado imediatamente para o aeroporto de Tirana, onde os rebeldes foram recebidos por militares do Exército albanês. O órgão seguiu para o estrangeiro a bordo de um “pequeno avião particular” de matrícula turca, afirmou a testemunha.

As denúncias de tráfico de órgãos em Kosovo remontam a 2008 e fazem parte do relatório do parlamentar suíço Dick Marty, adotado em janeiro de 2011 pela Assembleia do Conselho da Europa.

O relatório cita os nomes de dirigentes da guerrilha kosovar, incluindo Hashim Thaçi, atual primeiro-ministro de Kosovo.

O premier Thaçi e as autoridades albanesas desmentem as acusações.

Fontes:

http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=23500

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1151497-testemunha-diz-que-participou-de-trafico-de-orgaos-na-guerra-de-kosovo.shtml

http://www.band.com.br/noticias/mundo/noticia/?id=100000531986

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Apelo do Dr. Rath às pessoas da Alemanha, da Europa e de todo mundo, Berlim 13.03.2012

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Importante análise do papel da Indústria Farmacêutica na Política Internacional

A prática planejada de promover doenças para atender interesses econômicos e para as quais já há tratamento efetivo e cura.

https://www.youtube.com/watch?v=VFJsicKGho0&feature=player_embedded

Tema relacionado com a indústria farmacêutica e a permanência de doenças, assista ao vídeo do Programa Sem Censura:

Vitamina D – Sem Censura – Dr. Cicero Galli Coimbra e Daniel Cunha

 

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STF: 1ª Turma aplica princípio da insignificância a caso específico de porte de droga

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15.02.2012

Foi concedido, na tarde de ontem (14), pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o Habeas Corpus (HC) 110475, impetrado pela defesa de uma mulher condenada por porte de entorpecente em Santa Catarina. Pela ausência de tipicidade da conduta, em razão da “quantidade ínfima” (0,6g) de maconha que ela levava consigo, a Turma entendeu que, no caso, coube a aplicação do princípio da insignificância.

Segundo o relator, ministro Dias Toffoli, D.C.N.H. foi condenada à pena de três meses e 15 dias de prestação de serviços à comunidade, conforme o artigo 28 da Lei 11.343/06, pois ela foi presa em flagrante ao portar, para uso próprio, pequena quantidade de substância entorpecente.

A defesa de D.C. interpôs recurso perante o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) pedindo a aplicação do princípio da insignificância e, subsidiariamente, a redução da pena em face da confissão espontânea. Porém, o pedido foi negado, tanto pela Justiça estadual, quanto pelo STJ, que alegou que a análise do caso implicaria o revolvimento de provas, incabível em HC.

Para o relator, ministro Dias Toffoli, “a aplicação do princípio da insignificância, de modo a tornar a conduta atípica, exige que sejam preenchidos requisitos tais como a mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e relativa inexpressividade da lesão jurídica”. O que, segundo o relator, ocorreu no caso.

O ministro afirmou, ainda, que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando “estritamente necessários à própria proteção das pessoas”.

Assim, por entender que, no caso houve porte de ínfima quantidade de droga, a Primeira Turma, acompanhando o relator, deferiu o pedido de aplicação do princípio da insignificância e determinou o trancamento do procedimento penal instaurado contra D.C, invalidando todos os atos processuais desde a denúncia, inclusive até a condenação imposta a ela, por ausência de tipicidade material da conduta.

 

Fonte: STF

Holanda pode classificar maconha concentrada como droga pesada comparável à cocaína ou heroína

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A Holanda, famosa por sua política liberal em relação às drogas, anunciou nesta sexta-feira que pode classificar algumas formas de maconha altamente concentrada como droga pesada, comparável à cocaína ou heroína, em função do risco de criação de dependência.Com muitas “coffeeshops” vendendo maconha abertamente a fregueses, além do cultivo doméstico de plantas de maconha ser tolerado no país, a Holanda atrai atenção na discussão global sobre as políticas em relação às drogas leves.Nos últimos três anos o país vem restringindo e desencorajando o consumo e venda de drogas leves, por razões de saúde e criminalidade, e agora quer limitar o turismo de drogas, especialmente nas cidades situadas perto das fronteiras.O governo propôs a criação de “passes de maconha” especiais para impedir visitantes de usarem as coffeeshops e restringir o acesso de moradores no país a elas. Alguns analistas prevêem que a medida pode provocar uma queda no número de turistas e nos gastos deles no país.

Agora uma comissão holandesa concluiu que o haxixe e a maconha vendidos na Holanda têm teor de THC, a substância psicoativa principal, de cerca de 18% e informou à ministra da Saúde que uma concentração de THC superior a 15% coloca a droga em nível semelhante à heroína ou cocaína.”Eu me preocupo há anos com a concentração de THC, especialmente quando é tão alta. Vamos analisar essa questão seriamente”, disse à emissora pública NOS a ministra da Saúde, Edith Schippers.”As consequências, em termos de geração de dependência, são muito mais fortes e graves. Está claro que este é um fator preocupante.”

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5204232-EI8142,00-Holanda+pode+classificar+maconha+concentrada+como+droga+pesada.html

Reuters

O tráfico de órgãos é uma realidade, mesmo na Europa

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Um homem propõe vender seu rim em uma rua de São Paulo, Brasil

Legenda: Um homem propõe vender seu rim
em uma rua de São Paulo, Brasil  (Keystone)


O tráfico de órgãos é uma realidade, até mesmo na Europa. Na Suíça, a lei é eficaz, mas deve ser acompanhada de perto para não entrar na “zona cinza” que permitiria o comércio.


Entre a venda de um carro, de um terreno ou de um cão, encontra-se às vezes a de um rim. Estamos em um sítio de anúncios na internet e as propostas de venda se multiplicam.

Por milhares de francos suíços, homens e mulheres jovens se dizem dispostos a ceder uma parte do corpo. O rim é o órgão número um do tráfico.

Segundo informações comunicadas no sítio, as ofertas vêm da França ou da Bélgica, países cujas ruas não são invadidas pela pobreza. Nesses países, o tráfico de órgãos é proibido. São falsos anúncios ou as ofertas são sérias? “Há anos que pessoas geralmente pobres propõem vender seus órgãos na internet”, diz Ruth-Gaby-Mongold, membro do Conselho da Europa e autora de um relatório sobre o tráfico de órgãos na Europa.

Um órgão por um punhado de dinheiro. Um comércio de seres humanos, mas em pedaços. O tráfico de órgãos não se limita às sórdidas prisões chinesas. Na Europa ele também existe.

“O tráfico de órgãos é um problema que deve ser resolvido no plano internacional”, afirma Thomas Gruberski, que fez uma tese de doutorado sobre a venda de órgãos*

Ruth-Gaby Vermot-MangoldRuth-Gaby Vermot-Mangold (swissinfo)

Leis eficazes


Submetido à lei do silêncio, o comércio de órgãos é particularmente difícil a combater. O único meio para os países consiste em adotar leis eficazes.

“O tráfico de órgãos é difícil. É um médico que deve extrair o órgão a ser transplantado em pouco tempo, e ele não suporta longas viagens. Portanto, se os países são bem organizados, controlam esse processo e respeitam as leis, o tráfico é quase impossível”, explica Ruth-Gaby Vermot-Mangold.

Na Suíça, como em outros países europeus, a lei proíbe o comércio de órgãos. Além disso, “é proibido receber ou dar dinheiro na doação de um órgão, de um tecido ou de células de origem humana.”

“Aqui os organismos como Swisstransplant (ndr: Fundação Nacional Suíça para a Doação e o Transporte de Órgãos) não utilizam órgãos sem verificar e ter certeza da proveniência. Essas instituições sabem que é preciso ter muito cuidado para não entrar na ‘zona cinzenta’ do tráfico”, afirma Gaby Vermot-Mangold.

Se em toda a Europa, em virtude da proteção dos direitos humanos, as leis proíbem o tráfico de órgãos, elas diferem em certos pontos, particularmente na definição das relações entre o doador e o receptor. Na Alemanha, a lei admite a possibilidade de transplante entre pessoas com laços emocionais fortes. Na França, cônjuges ou parentes do receptor ou ainda uma pessoa que vive mais de dois anos com o receptor podem exigir uma doação de órgãos.

Em contrapartida, na Noruega, na Espanha, na Áustria ou na Suíça, as leis são mais amplas e nenhuma ligação particular é obrigatória entre o doador e o receptor. É uma situação que pode propiciar a “zona cinzenta”.

Não é infalível


“A regulamentação constitui um grande dilema. De um lado, é bom que amigos possam ser doadores. De outro, isso pode levar ao tráfico ou a transplantes na ‘zona cinzenta’. Soubemos de casos em que o receptor indicou um falso amigo com o qual ele nem havia conversado por falarem línguas diferentes”, conta Ruth-Gaby Vermot-Mangold.

Há países onde nenhum laço é obrigatório entre o doador e o receptor e que lei abre pequenas portas para o tráfico. Mas, segundo Thomas Gruberski, esses países, entre eles a Suíça, avançam na boa direção liberalizando suas leis.

“As leis restritivas não são, do meu ponto de vista, judiciosas. Elas podem provocar situações de forte pressão em que o doador não toma decisões com seu livre-arbítrio. Se imaginamos uma família cuja mãe precisa de um rim e uma criança de cinco anos que é compatível, essa criança pode sofrer pressões. Também pode haver comércio dentro da família, com a promessa de uma parte maior da herança para o doador, por exemplo. Por essas razões, é importante ampliar o círculo de doadores autorizados.”

Transplante no estrangeiro


Para lutar contra o tráfico de órgãos, alguns defendem a liberalização total, como a filósofa e biotécnica inglesa Janet Radcliffe Richards. Ela acredita que a liberalização do comércio de órgãos permitiria um melhor controle e ofereceria um melhor acompanhamento médico aos doadores.

Essa posição é considerada perigosa por Ruth-Gaby Vermot-Mangold. “As pessoas que vendem um rim, o fazem geralmente por causa da pobreza. E mesmo que houvesse um sistema de acompanhamento médico para os doadores nos países pobres, muitos não seriam beneficiados”. É que, frequentemente, as pessoas que aceitam doar um órgão encontram-se em situação extremamente precária e não têm meios para pagar um médico.

Essa precariedade é explorada por certas pessoas nos países desenvolvidos para conseguir um órgão. Obter um órgão em seu próprio país é difícil e é menos complicado fazer o transplante no estrangeiro.

“Na Suíça, fizemos recentemente pesquisas aprofundadas e não descobrimos nenhum caso de receptor que foi ao estrangeiro, notadamente na China, para fazer um transplante. Só que isso não quer dizer que não exista”, afirma Franz Immer, diretor de Swisstransplant.

No entanto, segundo um questionário acerca do tráfico de órgãos recolhido em 2004 pelo comitê diretor de bioética e pelo comitê europeu da saúde, em vários países europeus pessoas viajam ao estrangeiro para fazer um transplante. Na França, os receptores vão à África, China, Índia ou à Turquia. A Bélgica é considerada como um ponto importante para o tráfico.

Aliás, doadores moldávios que Ruth-Gaby Vermot-Mangold encontrou no contexto de seu relatório afirmaram que doaram seus rins na Turquia. Prometeram-lhes um emprego naquele país. Como não havia emprego nenhum, propuseram-lhes vender um rim por 2 a 3 mil euros para pagar a viagem de volta à Moldávia.

Eles aceitaram. Cinco depois tiveram que sair do hospital e voltaram para a Moldávia de ônibus, com um órgão a menos e um pouco de dinheiro no bolso. “Voltei a ver um deles. Com esse dinheiro ele comprou uma pequena casa para sua família, mas sua saúde vai muito mal”, diz Ruth-Gaby Vermot-Mangold.

Laureline Duvillard, swissinfo.ch
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

*”Das strafrechtliche Verbot der entgeltlichen Organspende und des Organhandels gemäss schweizerischem Transplantationsgesetz – Begründung, Wesen und Problematik”, Thomas Gruberski, a ser publicado brevemente.

http://www.swissinfo.ch/por/sociedade/Orgaos_por_pouco_dinheiro.html?cid=24885516&rss=true

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Comunidade mundial mobilizada contra tráfico de órgãos

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A comunidade internacional, liderada pela União Europeia e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), está a mobilizar-se crescentemente contra o turismo de transplante de órgãos, principalmente rins e fígados.

Uma «frente comum» internacional conseguiu atacar o problema, confirmou Luc Noel, coordenador da OMS para o turismo de transplante de órgãos, recordando que leis repressivas contra o tráfico de órgãos foram adotadas nos cinco países mais problemáticos, designadamente China, Filipinas, Paquistão, Egipto e Colômbia.

Na China «continua a existir turismo de transplantes, mas uma lei para reprimir este fenómeno foi votada em 2007 e um primeiro processo contra um bando de traficantes de órgãos vai começar a curto prazo», sublinhou Noel, que falava numa conferência que termina hoje em Madrid.

Diário Digital / Lusa

http://noticias.nunoprospero.com/?m=s&id=197006

 

Israeli Organ Trafficking and Theft: From Moldova to Palestine

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Leia

Legalizar o tráfico de órgãos humanos? Análise do editorial da Revista Nature, 461, 570, de 30 de setembro de 2009

Açougue Humano: de onde vêm e para onde vão os órgãos transplantados no tráfico humano

CFM será obrigado a explicar morte cerebral – Folha de São Paulo

CPI do Tráfico de Órgãos – teste da apnéia utilizado para “declarar” morte encefálica pode matar pacientes

Morte encefálica: o teste da apnéia somente é feito se houver a intenção de matar o paciente

Morte Suspeita – Editorial do Jornal do Brasil de 01.03.1999, Caderno Brasil, página 08

Tráfico de órgãos no Brasil: íntegra da entrevista com a antropóloga Nancy Scheper-Hughes

Tráfico de órgãos é terceiro crime organizado mais lucrativo no mundo, segundo Polícia Federal

Ação na justiça questiona a prática de transplantes

Morte encefálica: o teste da apnéia somente é feito se houver a intenção de matar o paciente

Transplantes: Revista dos Anestesistas recomenda em Editorial realização de anestesia geral nos doadores para que não sintam dor durante a retirada de seus órgãos. Se estão mortos para que a recomendação de anestesia geral?

Organ Harvesting: Now Defining Defenseless Human Beings as Natural Resources

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2009 November

Washington Report on Middle East Affairs, November 2009, Pages 15-17

 

Special Report

Israeli Organ Trafficking and Theft: From Moldova to Palestine

By Alison Weir


In August Sweden’s largest daily newspaper published an article containing grisly evidence suggesting that Israel had been taking Palestinian internal organs. The article, by veteran photojournalist Donald Bostrom, called for an international investigation to discover the facts.1

In this photograph taken March 22, 2007, Vasile Dimineti holds a picture of his 24-year-old son, who died a year after selling his kidney. The family lives in the impoverished Moldovan village of Mingir, where about 40 of its 7,000 residents are thought to have sold a kidney. AFP photo/Daniel Mihailescu/Files

Israel immediately accused Bostrom and the newspaper of “anti-Semitism,” and charged that suggesting Israelis could be involved in the illicit removal of body parts constituted a modern “blood libel” (medieval stories of Jews killing people for their blood).2

Numerous Israeli partisans repeated these accusations, including Commentary’s Jonathan Tobin, who asserted that the story was “merely the tip of the iceberg in terms of European funded and promoted anti-Israel hate.”3 Others suggested that the newspaper was “irresponsible” for running such an article.4

The fact is, however, that Israeli organ harvesting—sometimes with Israeli governmental funding and the participation of high Israeli officials, prominent Israeli physicians, and Israeli ministries—has been documented for many years. Among the victims have been Palestinians.

Nancy Scheper-Hughes is Chancellor’s Professor of Medical Anthropology at the University of California Berkeley, the founder of Organ Watch, and the author of scholarly books and articles on organ trafficking. She is the pundit mainstream media call upon when they need expert commentary on the topic.5

While Scheper-Hughes emphasizes that traffickers and procurers come from numerous nations and ethnicities, including Americans and Arabs, she is unflinchingly honest in speaking about the Israeli connection:

“Israel is at the top,” she states. “It has tentacles reaching out worldwide.”6

In a lecture last year sponsored by New York’s PBS 13 Forum, Scheper-Hughes explained that Israeli organ traffickers, “had and still have a pyramid system at work that’s awesome…they have brokers everywhere, bank accounts everywhere; they’ve got recruiters, they’ve got translators, they’ve got travel agents who set up the visas.”

Lest this sound simply like a successful international concern, it’s important to understand the nature of such a business.

As Scheper-Hughes describes it, organ trafficking consists of “paying the poor and the hungry to slowly dismantle their bodies.”

Organ traffickers prey on the world’s poorest, most desperate citizens—slum dwellers, inhabitants of dying villages, people without means or hope. Traffickers promise them what seem like astronomical sums of money (from $1,000 to $10,000)—which they frequently don’t even deliver—in return for vital internal organs.

For traffickers, human body parts are commodities, to be cut out of the bodies of the poor and sold to the rich. The organ “donors” receive no follow-up care and end up worse off on many levels—physically, financially, psychologically, socially—than even their original tragic situation. Sometimes they are coerced into such “donations.”

Organ sales have been illegal in most countries for years. The United Nations Convention against Transnational Organized Crime, which covers prevention, enforcement and sanctions in trafficking of humans, includes in its definition of human exploitation the extraction of organs for profit.7 Israel finally passed legislation against organ trafficking in 2008.8, 9

In her Forum 13 lecture Scheper-Hughes discussed the two motivations of Israeli traffickers. One was greed, she said. The other was somewhat chilling: “Revenge, restitution—reparation for the Holocaust.”

She described speaking with Israeli brokers who told her “it’s kind of ‘an eye for an eye and a tooth for a tooth. We’re going to get every single kidney and liver and heart that we can. The world owes it to us.’”

Scheper-Hughes says that she “even heard doctors saying that.”

For many years Israelis in need of an internal organ have gone on what experts call “transplant tourism”—traveling to other nations to obtain internal organs. Sometimes body parts are obtained from those freshly dead; more often from the desperately needy. While affluent people from numerous countries and ethnicities engage in this practice, Israel is unique in several significant ways.

First, Israelis engage in this at an extraordinarily high rate. According to a 2001 BBC report, Israelis buy more kidneys per capita than any other population.

Second, Israelis have the lowest donor rate in the world—one-fifth that of Europe, according to BBC. This is in part because there has been a widespread impression that Jewish religious law prohibits transplants as a “desecration of the body.”10 The Israeli news service Ynet reports, “the percentage of organs donated among Jews is the lowest of all the ethnic groups.”11

Third, the Israeli government has enabled the practice. For many years the Israeli health system subsidized its citizens’ “transplant holidays,” reimbursing Israelis $80,000 for medical operations abroad. Much of the remaining costs could often be obtained from government-subsidized12 Israeli insurance plans.13 In addition, Israel’s Ministry of Defense was directly involved.

Scheper-Hughes discussed Israeli organ trafficking in detail in 2001 in published testimony to the Subcommittee on International Relations and Human Rights of the House Foreign Affairs Committee.14 In her extensive testimony, Scheper-Hughes stated that although Israel had become a pariah for its organ policies, Israeli officials exhibited “amazing tolerance … toward outlawed ‘transplant tourism.’”

She described an international syndicate which was “organized through a local business corporation in conjunction with a leading transplant surgeon, operating out of a major medical center not far from Tel Aviv,” and which had forged links with transplant surgeons in Turkey, Russia, Moldavia, Estonia, Georgia, Romania, and New York City.

The Israeli Ministry of Defense was directly involved in what Scheper-Hughes called Israel’s “‘illicit [in other nations] national ‘program’ of transplant tourism…Members of the Ministry of Defense or those closely related to them” accompanied transplant junkets.

In her Forum 13 lecture, Scheper-Hughes said that investigating Israeli organ trafficking over the past decade had taken her “from country to country to country to country.”

One of these is Moldova, the poorest country in Europe—and homeland of Israeli Foreign Minister Avigdor Lieberman—where 90 percent of the people earn less than $2 a day. A 2001 BBC report on organ trafficking described the situation: “Hundreds of Israelis have created a production line that starts in the villages of Moldova, where men today are walking around with one kidney.15

Another is Brazil, where a legislative commission found that 30 [it may actually have been as high as 60] Brazilians from impoverished neighborhoods had sold their kidneys to a trafficking ring headed by Israelis, with Israeli citizens receiving almost all of the organs, and the Israeli government providing most of the funding.16

The ring had also begun inquiring about buying other vital organs from poor residents, including lungs, livers and corneas.17

An Inter Press Service (IPS) news story from the time reported that Scheper-Hughes testified to the commission that international trafficking of human organs had begun some 12 years earlier, promoted by Zaki Shapira, head of kidney transplant services at Bellinson Medical Center, near Tel Aviv.

Scheper-Hughes reported that Shapira had performed more than 300 kidney transplants, sometimes accompanying his patients to other countries such as Turkey. The recipients were very wealthy or had very good health insurance, and the “donors” very poor people from Eastern Europe, the Philippines and other developing countries.

The chairman of the Brazilian commission, physician Raimundo Pimentel, was outraged at Israeli policies, pointing out that trafficking can only take place on a large scale if there is a major source of financing, such as the Israeli health system. Pimentel charged that the resources provided by the Israeli health system “were a determining factor” in enabling a network that preyed on society’s poorest populations.

In 2004 there were reports that Israeli traffickers had added China to their target donor populations.18 In one recent case an Israeli paid an organ broker $100,000 for a kidney transplant in China from an 18-year-old Chinese girl. She received $5,000 and died following surgery.19

New York Times reporter Larry Rohter pointed out that allowing brokers to operate with few restrictions benefited Israel “by exporting Israel’s organ shortage overseas.” Rohter cites a kidney specialist at Hadassah Hospital in Jerusalem who explained that patients who go abroad “‘save the country a lot of money; not only in terms of what doesn’t have to be spent on dialysis, but also by opening places for other people who are on the list.’”20

Many people find governmental complicity in organ trafficking deeply troubling on moral and philosophical grounds.

As Scheper-Hughes testified: “The sale of human organs and tissues requires that certain disadvantaged individuals, populations, and even nations have been reduced to the role of ‘suppliers.’

“It is a scenario in which only certain bodies are broken, dismembered, fragmented, transported, processed, and sold in the interests of a more socially advantaged population…of receivers.” She believes that the risks and benefits of organ transplant surgery should be more equally distributed among nations, ethnic groups, and social classes.

Organ theft


It is difficult to know how often Israeli trafficking involves outright theft of vital organs from living human beings.

It is not rare for the “donor” to receive little or none of the compensation promised. For example, in 2007 Israel’s Haaretz newspaper reported that two Israelis had confessed to persuading Palestinians “from the Galilee and central Israel who were developmentally challenged or mentally ill to agree to have a kidney removed for payment.” According to the Haaretz report, after the organ had been taken the traffickers refused to pay for them.

On occasion, people are coerced into giving up their organs. For example, Levy Izhak Rosenbaum, the alleged Brooklyn trafficker recently arrested in an FBI sweep in New Jersey, reportedly carried a gun. When a potential organ seller would try to back out, Rosenbaum would use his finger to simulate firing a gun at the person’s head.

The Rosenbaum case, reportedly part of a ring centered in Israel, is the first case of trafficking to be prosecuted in the US. His arrest and the substantial evidence against him may have surprised State Department Countermisinformation Director Todd Leventhal, who had characterized organ trafficking as an “urban legend,” stating, “It would be impossible to successfully conceal a clandestine organ-trafficking ring.” Leventhal called such reports “irresponsible and totally unsubstantiated.”

More often organ theft involves dead bodies—or those alleged to be dead.

Israel’s very first successful heart transplant, in fact, used a stolen heart.

In 1968 Avraham Sadegat unexpectedly died two days after being hospitalized in Beilinson Hospital in Israel’s Petah Tikva for a stroke. When his family finally was able to retrieve his body (the hospital initially refused to release it) they found his chest covered with bandages; odd, they thought, for a stroke victim. Upon removing these they discovered that the chest cavity was stuffed with bandages and the heart was missing.21

During this time, the Israeli press was heralding the historic heart transplant, performed by a team of surgeons who were to become some of Israel’s most celebrated physicians, among them Dr. Morris Levy, Dr. Bernardo Vidne, and Dr Jack Solomon, who harvested the heart.22

When the family began to ask questions, the hospital denied any connection. After the man’s wife and brother had raised a media furor, petitioned three cabinet ministers—and agreed to sign a document that they would not sue—the hospital finally admitted it was Sadegat’s heart that had been used.

Haaretz quoted Sadegat’s tearful wife: “They treated him like an alley cat. From the moment he entered the hospital, they apparently saw him only as a potential source of organs and not as a man in need of treatment. They only thought about how to do the deed without us knowing.”

Sadegat’s medical condition before his heart was removed has not been made public. It is possible—perhaps probable—that up until his heart was removed it was still beating; according to an Israeli media report, “once a heart stops beating, it is no longer fit for transplantation.”23

Even if he was what is now termed “brain dead,” the general view is that family members should at least be a party to decisions regarding the patient: first, whether to “pull the plug,” and, second, whether to donate an organ. At the time, however, Israeli law allowed organs to be harvested without the family’s consent.

Forty years later the hospital held an anniversary celebration of the transplant, despite the fact that, according to Haaretz, the heart had been obtained “through deceit and trickery.” The festivities, which honored surviving members of the transplant team, featured balloons and a red, heart-shaped cake.

In this incident of organ theft (and from a possibly living body), the family was Israeli. Had the wife and brother been Palestinians from the West Bank or Gaza, they would not have possessed the power to force a confession from the hospital, and it is likely that those individuals today calling the Swedish article a “blood libel” or “irresponsible journalism” would have applied the same epithets to journalists reporting questions concerning the historic Israeli heart transplant—if any reporters even bothered or dared to do so.

Yehuda Hiss, keeper of the morgue


Perhaps one of the most long-term and high-level cases of organ theft—and one that involves Palestinian as well as Israeli organs—concerns an extraordinarily high official: Dr. Yehuda Hiss, Israel’s chief pathologist and, from 1988 through 2004, director of Israel’s state morgue, the L. Greenberg Institute of Forensic Medicine at Abu Kabir.

An early indication of malfeasance came to light in 1998 and concerned a Scottish man named Alisdair Sinclair, who had died under questionable circumstances after being taken into custody at Israel’s Ben-Gurion Airport.

The Israeli story, as reported by the Israeli news magazine Jerusalem Report, is that Sinclair had confessed to transporting drugs, even though none were found, although he was in possession of 9,000 German marks ($5,000). He then, the police claim, hanged himself by looping his shoelaces and T-shirt around a towel bar about a meter off the ground and slipped the improvised noose around his neck. From a squatting position, the police story goes, he repeatedly threw his bodyweight downward, choking himself.

Sinclair did not die, however, and medics were able to restore a heartbeat. He was transferred to a hospital where, according to the magazine report, the hospital’s associate director, Dr. Yigal Halperin, said that Sinclair “had suffered irreversible brain damage, and there was little doctors could do for him. Left in a corner of the emergency room, he died at 7 p.m. [It’s unknown whether he had been put on life support.] His corpse was transferred to the Institute for Forensic Medicine at Abu Kabir for an autopsy.”

Afterwards, Israeli authorities located Sinclair’s family and gave them three weeks to dispose of the body. They suggested that he be buried in a Christian cemetery in Israel, pointing out that this would be one-third the cost of shipping the body back to Scotland. However, the grieving family scraped up the money to bring him home.

They had a second autopsy performed by Glasgow University, only to discover that Sinclair’s heart and a small bone in his throat called the hyoid were missing. The British Embassy filed a complaint with Israel, and a heart was sent to Scotland. According to the Jerusalem Report, the family “wanted the Forensic Institute to pay for a DNA test to confirm that this heart was indeed their brother’s, but the Institute’s director, Prof. Jehuda Hiss, refused, citing the prohibitive cost.”

Despite a protest from the British government, Israel refused to supply Hiss’s pathology findings or the police report. According to the British government and a report in the Israeli media, around the time of Sinclair’s death a doctor at Tel Aviv’s Ichilov Hospital put in a request for a hyoid bone for research purposes—and eventually received a bill for shipping costs.24 Israel retained Sinclair’s $5,000.

Through the years Hiss and the Abu Kabir Institute of Forensic medicine continued to be accused of organ theft. In 2000 the Israeli newspaper Yediot Ahronot published an investigative report alleging that Hiss had been extracting organs without permission and then packing the bodies with broomsticks and cotton wool to fill in cavities before burial. The report charged that under Hiss the institute had been involved in organ sales of body parts—“legs, thighs, ovaries, breasts and testicles,” allegedly to medical institutions.

In 2001 a district judge found the Institute had performed hundreds of autopsies and had removed body parts without the families’ permission—and sometimes in direct opposition to their expressed wishes.25 One report described a “museum of skulls” at the institute.

Little was done, however, and complaints continued—often by the parents of dead Israeli soldiers horrified to discover that body parts had been taken from their sons. Finally, in 2004 Israel’s health minister transferred directorship of the morgue itself away from Hiss. Hiss, however, retained his position as Israel’s chief pathologist, a post it appears he holds to this day.26, 27

Hiss had also been connected with two previous national scandals, both of which may have involved powerful people in Israel, which may account for his longevity in Israel’s medical establishment despite years of proven wrongdoing.

The first controversy concerned the “Yemenite Children’s Affair”—a situation, largely from the early 1950s, in which a thousand babies and small children of recent immigrants to Israel had “disappeared.”

When the immigrants had arrived as part of Israel’s “ingathering of the exiles,” babies were immediately taken from their mothers and placed in children’s houses. Many were hospitalized for a variety of ills, and hundreds died, their deaths coming in such large numbers that they were announced over loudspeakers.

The distraught parents often never saw the body or received a death certificate, and there were growing suspicions that not all had died—some, it was believed, had been “given” to Ashkenazi parents. One author writes: “It was a well-known fact within the Jewish community in the United States that if a family wanted a child they could go to [baby brokers, both rabbis] and simply pay the necessary fee.”28

Some Israeli investigators have found considerable evidence for these charges, and indications of complicity at multiple levels of the power structure. In fact, one researcher charges: “People in positions of power at the time that the State of Israel was established profited from the abduction and sale of children from poor immigrant families.”29

Hiss’ connection comes in 1997, when Israel finally had formed a committee to investigate the disappearance of Yemenite and other Jewish children in the years 1948-1954. Among those testifying before this committee was a California woman who had come to Israel searching for her biological mother—and, according to DNA testing by a geneticist at Hebrew University, had found her.

The committee demanded that another DNA test be conducted at the Abu Kabir forensic institute. As at least one observer predicted ahead of time, Hiss’s test came up negative, and the government was allegedly exonerated, despite the fact that the geneticist who had conducted the first tests stood by his results.30

Hiss also plays a role in some conspiracy theories regarding the 1995 assassination of Prime Minister Yitzchak Rabin, who had begun a peace process with Palestinians. In March 1999 a group of academics presented findings alleging that Hiss had submitted false evidence to the commission that investigated the killing.31

Palestinian Victims


Israelis have also targeted Palestinians, a particularly vulnerable population on numerous levels.

In her congressional subcommittee testimony, Scheper-Hughes reported that before he moved overseas, Israeli hospital transplant head Zaki Shapira had located kidney sellers “amongst strapped Palestinian workers in Gaza and the West Bank.” She said that his “hand was slapped by an ethics board,” and he moved his practice overseas.

For decades numerous Palestinians and others have charged Israel with taking body parts from Palestinians they had wounded or killed.

In her subcommittee testimony, Scheper-Hughes testified that toward the end of the apartheid period in South Africa, “human rights groups in the West Bank complained to me of tissue and organs stealing of slain Palestinians by Israeli pathologists at the national Israeli legal medical institute in Tel Aviv.”

A Washington Report for Middle East Affairs article by Mary Barrett (see “Autopsies and Executions,” April 1990 Washington Report, p. 21) reported “widespread anxiety over organ thefts which has gripped Gaza and the West Bank since the intifada began in December of 1987.”

Barrett quotes a forensic physician: “There are indications that for one reason or another, organs, especially eyes and kidneys, were removed from the bodies during the first year or year and a half. There were just too many reports by credible people for there to be nothing happening. If someone is shot in the head and comes home in a plastic bag without internal organs, what will people assume?”

A 2002 news story from IRNA reported that three Palestinian boys aged 14-15 had been killed by Israeli forces on Dec. 30, their bodies finally being returned for burial on Jan. 6. According to the report: “shortly before burial, Palestinian medical authorities examined the bodies and found out that the main vital organs were missing from the bodies.” In an interview on Al Jazeera, President Yasser Arafat held up photos of the boys, saying, “They murder our kids and use their organs as spare parts.”

Journalist Khalid Amayreh, recently investigating this topic further, found that “several other Palestinians gave a similar narrative, recounting how they received the bodies of their murdered relatives, mostly men in their early twenties, with vital organs taken away by the Israeli authorities.”

Israel has consistently characterized such accusations as “anti-Semitic,” and numerous other journalists have discounted them as exaggerations.

However, according to the pro-Israel Forward magazine, the truth of these charges was, in fact, confirmed by an Israeli governmental investigation a number of years ago.

In a recent story critical of the Swedish article, the Forward actually confirmed its main point, that Israel had been taking the body parts of slain Palestinians. The Forward article reported that one of the governmental investigations into Hiss had revealed that “he seemed to view every body that ended up in his morgue, whether Israeli or Palestinian, as fair game for organ harvesting.”32

Over the years, a great many Palestinian bodies have “ended up” in the Israeli morgue. In numerous cases Israeli occupation forces have taken custody of wounded or dead Palestinians. Sometimes their bodies are never returned to their grieving families—Palestinian NGOs say there are at least 250 such cases.

In other cases the bodies have been returned to the families days later, with crudely stitched naval-to-chin incisions. On many occasions Israeli soldiers have delivered the bodies late at night and required the bereaved families to bury their children, husbands, and brothers immediately, under Israeli military guard, sometimes with the electricity shut off.

In 2005 an Israeli soldier33 described a military doctor who gave “medics lessons in anatomy” using the bodies of Palestinians killed by Israeli forces. Haaretz reports: “The soldier said that the Palestinian’s body had been riddled with bullets and that some of his internal organs had spilled out. The doctor pronounced the man dead and then ‘took out a knife and began to cut off parts of the body,’ the soldier said.

“‘He explained the various parts to us—the membrane that covers the lungs, the layers of the skin, the liver, stuff like that,’ the soldier continued. ‘I didn’t say anything because I was still new in the army. Two of the medics moved away, and one of them threw up. It was all done very brutally. It was simply contempt for the body.’”34

While most Israeli investigations into organ theft have largely ignored the Palestinian component, a number of significant facts are known:

  • Palestinian organs were harvested during years of an astonishingly lax system in which the body parts even of Jewish Israelis were extracted illicitly at the national morgue by the chief pathologist and exchanged for money.
  • Palestinians in the West Bank and Gaza are largely a captive population. Numerous reports by highly reputable Israeli and international organizations have documented a situation in which Palestinians have few if any real rights; Israeli forces have killed civilians with impunity, imprisoned massive numbers of people without benefit of trials, and routinely abused prisoners.
  • Israeli authorities have conducted numerous autopsies of Palestinians without permission of their families, without even a semblance of public transparency, and without, it appears, accompanying reports. For example, the families of those who were taken while still alive are not provided with a medical report stating time and cause of death.
  • A very small but significant minority of Israelis, including military officers and governmental ministers, hold extremist supremacist views relevant to organ extraction. In 1996, Jewish Week reported that Rabbi Yitzhak Ginsburgh, a leader of the Lubavitch sect of Judaism and the dean of a religious Jewish school in a West Bank settlement, stated: “If a Jew needs a liver, can you take the liver of an innocent non-Jew passing by to save him? The Torah would probably permit that.” Ginzburgh elaborated: “Jewish life has infinite value. There is something infinitely more holy and unique about Jewish life than non-Jewish life.” [The Jewish Week, April 26, 1996, pp. 12, 31]

While most Israelis strenuously repudiate such beliefs, Rabbi Moshe Greenberg, an Israeli scholar on Jewish scriptural views on racism and ethnic chauvinism, has said, “The sad thing is, these statements are in our books.” Greenberg, who was a professor at Hebrew University, pointed out that such Talmudic texts were “purely theoretical” at the time of their writing, because Jews did not have the power to carry them out. Now, he pointed out, “they’re carried over into circumstances where Jews have a state and are empowered.”

While it is impossible to know whether any Israelis have ever acted on such religious permission to kill a non-Jew in order to provide body parts to Jews, some observers have considered this a possibility.

Dr. A. Clare Brandabur, a distinguished American scholar who has lived and traveled extensively in Palestine, writes that the information published in the Swedish article “resonates with reports from Palestinians in Gaza which I heard during the first intifada.”

She comments, “When I interviewed Dr. Haidar Abdul Shafi, head of the Red Crescent in Gaza, I mentioned to him reports of shootings of Palestinian children at times when there were no ‘clashes’ going on—a solitary 6-year-old entering his schoolyard in the morning with his bookbag on his back. The soldiers abducted the wounded child at gunpoint, then his body would be returned a few days later having undergone an ‘autopsy at Abu Kabir Hospital.’”

She says: “I asked Dr. Shafi if he had considered the possibility that these killings were being done for organ transplant, since (as Israel Shahak notes in Jewish History, Jewish Religion), it is not allowed to take Jewish organs to save a Jewish life, but it is allowed to take the organs of non-Jews to save Jewish lives. Dr. Shafi said he had suspected such things but since they had no access to the records of Abu Kabir Hospital, there was no way to verify these suspicions.”

Scheper-Hughes, in her congressional testimony, describes the danger of “organs got by any means possible including (I was told by one guilt-ridden practitioner) chemically inducing the signs of brain death in dying patients of no means and with access to minimal social support or family surveillance.”

Whether or not there have ever been organ-inspired murders in Israel as it appears there have elsewhere, numerous groups around the world are urging an international investigation into Israel’s handling of Palestinian bodies in its custody.

However, the Israeli government and its powerful advocates abroad, who regularly block investigations into Israeli actions, are doing their utmost to prevent this one.35, 36 Several lawsuits have been filed against the Swedish newspaper, the largest by Israeli lawyer and IDF officer Guy Ophir, who filed a $7.5 million lawsuit in New York against the newspaper and Bostrom. Ophir declared that Israel must “silence the reporter and the newspaper.”37

International investigations, of course, have two results: the innocent are absolved, the guilty discovered.

It is clear which category Israel believes it falls into.


Alison Weir is executive director of If Americans Knew and is on the board of the Council for the National Interest.

 

An Internet petition calling for an investigation can be viewed at

http://www.ipetitions.com/petition/investigateorgantheft/

Footnotes:

1 Bostrom, Donald, “Our sons plundered for their organs,” Aftonbladet, Aug. 17, 2009 , translated by Tlaxcala.

http://www.tlaxcala.es/pp.asp?reference=8390&lg=en

(Original Swedish version at http://www.aftonbladet.se/kultur/article5652583.ab )

2 Israel Insider, “Netanyahu to press Sweden to condemn blood libel,” Aug. 23, 2009

http://israelinsider.ning.com/profiles/blogs/netanyahu-to-press-sweden-to

3 Tobin, Jonathan, “Swedish Anti-Semites Dig Up a Blood Libel,” CommentaryMagazine.com, Aug. 20, 2009

http://www.commentarymagazine.com/blogs/index.php/tobin/76522

4 Cassel, Matthew, “Baseless organ theft accusations will not bring Israel to justice,” The Electronic Intifada, Aug. 24, 2009

http://electronicintifada.net/v2/article10730.shtml

5Scheper-Hughes, Nancy, “The Organ of Last Resort,” UNESCO, http://www.unesco.org, July, 2001

http://www.unesco.org/courier/2001_07/uk/doss34.htm

University of California Berkeley Anthropology Faculty CV: Nancy Scheper-Hughes, Chancellor’s Professor in Medical Anthropology, Head, Doctoral Program in Medical Anthropology, Critical Studies in Medicine, Science and the Body, Director, Organs Watch

http://anthropology.berkeley.edu/nsh.html

6 Griffin, Drew and David Fitzpatrick, “Donor says he got thousands for his kidney,” CNN Special Investigations Unit, CNN, Sept. 2, 2009

http://www.cnn.com/2009/WORLD/meast/09/01/blackmarket.organs/index.html

7Osava, Mario, “BRAZIL: Poor Sell Organs to Trans-Atlantic Trafficking Ring,” Inter Press Service (IPS), Feb. 23, 2004

http://ipsnews.net/news.asp?idnews=22524

8 Yeshiva World News, “CNN: Israel a Leader in Organ Trafficking,” Sept. 3, 2009

http://www.theyeshivaworld.com/news/General+News/38973/CNN:+Israel+a+Leader+in+Organ+Trafficking.html

9Chabin, Michele, “Organ Donation: Legal, But Still Controversial,” Jewish Week, April 9, 2008

http://www.thejewishweek.com/viewArticle/c40_a7588/News/Israel.html

10Rohter, Larry, “Tracking the Sale of a Kidney on a Path of Poverty and Hope,” The New York Times, May 23, 2004

http://www.nytimes.com/2004/05/23/international/americas/23BRAZ.html?th=&pagewanted=print&position=

11Shapira-Rosenberg, Efrat, “A mitzvah called organ donation,” Ynet News, June 10, 2007

http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3388529,00.html

12 Rohter, Larry, op. cit.

13Ibid.

14 “Organs for Sale: China’s Growing Trade and Ultimate Violation of Prisoners’ Rights,” Hearing Before the Subcommittee on International Operations and Human Rights of the Committee on International Relations, House of Representatives, 107th Congress, First Session, June 27, 2001, Serial No. 107–29

http://commdocs.house.gov/committees/intlrel/hfa73452.000/hfa73452_0f.htm

15 Lloyd-Roberts, Sue, “Europe’s poorest country supplying organs to its neighbours,” BBC Newsnight, 9/7/01

http://news.bbc.co.uk/2/hi/events/newsnight/1437345.stm

16 “BRAZIL: Poor Sell Organs to Trans-Atlantic Trafficking Ring,” Mario Osava, IPS, Feb. 23, 2004

http://ipsnews.net/news.asp?idnews=22524

17New York Times

18 “Israeli organ traffickers shift operations to China,” BioEdge, June 4, 2004

http://www.bioedge.org/index.php/bioethics/bioethics_article/7726/ http://www.nytimes.com/2004/05/23/international/americas/23BRAZ.html?th=&pagewanted=print&position=

19 “CNN: Israel a Leader in Organ Trafficking,” Yeshiva World News, Sept. 3, 2009

http://www.theyeshivaworld.com/news/General+News/38973/CNN:+Israel+a+Leader+in+Organ+Trafficking.html

20“Tracking the Sale of a Kidney on a Path of Poverty and Hope,” New York Times, Larry Rohter, May 23, 2004

http://www.nytimes.com/2004/05/23/international/americas/23BRAZ.html?th

21 “40 years after Israel’s first transplant, donor’s family says his heart was stolen,” Dana Weiler-Polak, Haaretz, Dec., 14, 2008

http://www.haaretz.com/hasen/spages/1046041.html

22“40 years on, medical staffers from Israel’s first human heart transplant reminisce about the feat,” Judy Siegel, Jerusalem Post, Dec. 7, 2008

http://www.encyclopedia.com/doc/1P1-159077338.html

23“Shas swing vote pushes through organ donor law,” Shahar Ilan, Haaretz, March 25, 2008

http://www.haaretz.com/hasen/spages/968084.html

“With top rabbis’ blessing, Knesset approves organ donation law,” Shahar Ilan, Haaretz, Aug. 7, 2008

http://www.haaretz.com/hasen/spages/967871.html

24 “Scottish Tourist’s Family Rejects Out-of-Court Settlement,” Netty C. Gross, The Jerusalem Report, Jan. 29, 2001

25“Attorney-General lodges complaint against Abu Kabir coroner,” Dan Izenbert, Jerusalem Post, Dec. 11, 2003

26 “Hiss fired for repeated body-part scandals,” Judy Siegel, Jerusalem Post, May 11, 2004

27 “Infamous Chief Pathologist to Once Again Evade Punishment,” Ezra HaLevi, Arutz Sheva Israel National News, Sept. 26, 2005

http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/90518

28 “Were the Children Sold?” Yechiel A. Mann, Stop-Abuse.net

http://stop-abuse.net/ym5.htm

29 “The Missing Children,” Yechiel A. Mann, Stop-Abuse.net

http://stop-abuse.net/ym1.htm

30 “Infamous Chief Pathologist to Once Again Evade Punishment,” Ezra HaLevi, Arutz Sheva Israel National News, Sept. 26, 2005

http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/90518

31“Infamous Chief Pathologist to Once Again Evade Punishment,” Ezra HaLevi, Arutz Sheva Israel National News, Sept. 26, 2005

http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/90518

32“Illicit Body-Part Sales Present Widespread Problem,”

By Rebecca Dube, Forward, Published Aug. 26, 2009, issue of Sept. 4, 2009

http://www.forward.com/articles/112915/

33“Palestinian corpse used for IDF anatomy lesson,” Amos Harel, Haaretz, Jan. 28, 2005

http://www.haaretz.com/hasen/pages/ShArt.jhtml?itemNo=533018

34 “The Swedish canard—not only smoke, but also fire,” Shraga Elam, Aug. 25, 2009 (posted Sept. 4, 2009)

(Hebrew: http://cafe.themarker.com/view.php?t=1192567 )

http://shraga-elam.blogspot.com/2009/09/swedish-canard-not-only-smoke-but-also.html

35 “Israeli lawyer sues Swedish paper,” JTA, Aug. 27, 2009

http://jta.org/news/article/2009/08/27/1007480/israeli-lawyer-sues-swedish-paper

36 “Israeli lawyer sues ‘Aftonbladet’ in NY Court,” E.B. Solomont, Jerusalem Post, Aug. 26, 2009

http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1251145124980&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull

37 “Israeli Reservists To Sue Swedish Newspaper,” David Bedein, The Bulletin, August 30, 2009

http://thebulletin.us/articles/2009/09/04/news/world/doc4a9aa59f46ce3700709743.prt

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CPI do Tráfico de Órgãos – teste da apnéia utilizado para “declarar” morte encefálica pode matar pacientes

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Agência Câmara

O advogado Celso Galli Coimbra acusou o Conselho Federal de Medicina de homicídio culposo por autorizar a prática do teste de apnéia nos pacientes em coma profundo. A acusação foi feita nesta quarta-feira (23.06.2004), durante audiência pública da CPI do Tráfico de Órgãos.

Reportagem – Carmem Fortes
Edição – Paulo Cesar Santo

Ele argumenta que o teste de apnéia, quando o respirador artificial que mantêm vivos os pacientes em coma é desligado por 10 minutos, induz à morte. Celso Galli acredita que esse tempo sem respiração induzida é muito longo e pode provocar complicações como parada cardíaca, colapso circulatório irreversível e reduzir qualquer chance do paciente sobreviver ao coma.

Celso Galli disse que, deste 1997, entrou com providências no Ministério Público Federal contra a União e o Conselho Federal de Medicina questionando a eficácia do teste de apnéia como exame diagnóstico para identificar a morte cerebral, para efeito de transplantes. Segundo ele, não existe um consenso nem mesmo dentro da classe médica quanto ao uso do teste de apnéia para os pacientes em coma. “Eles próprios não se entendem sobre o tempo de duração, deixando claro que essa diferença pode ser mortal.

Dúvidas sobre eficácia

O neurologista Cícero Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, também questionou durante a audiência a eficácia do teste de apnéia. Para ele, o teste não traz nenhum tipo de benefícios para o paciente em coma e sim para terceiros, que serão beneficiados com a doação dos órgãos do paciente com morte cerebral. Segundo o médico existem interesses econômicos por traz dessa prática. Ele afirmou que é mais rentável para o hospital fazer um transplante do que manter um paciente na UTI.

Coimbra citou várias pesquisas brasileiras e internacionais realizadas em pacientes em coma profundo que mostram que 50% dos que não foram submetidos ao teste sobreviveram. Ele explicou que pacientes nestas condições encontram-se em um estado muito delicado para serem submetidos ao teste.

Prática comum

Todos esses argumentos, no entanto, foram contestados pelo Neurologista Luíz Alcides Manreza, que também participou da audiência pública. Ele considerou a acusação feita contra o Conselho Federal de Medicina sensacionalista, porque o método é uma prática corriqueira e oficial, utilizada em hospitais no mundo inteiro, desde 1968. Mas reconhece que o teste oferece riscos aos pacientes. “Agora, sabidamente, em alguns pacientes inviáveis, o teste de apnéia se prolongado pode trazer prejuízos”.

O relator da CPI do Tráfico de Órgãos, deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE), afirmou que as acusações serão avaliadas com cautela pelo Comissão, mas lembrou que existem denúncias de que pacientes em coma são induzidos a morte para beneficiar transplantados.

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The Nasty Side of Organ Transplanting -The Cannibalistic Nature of Transplant Medicine

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A change of heart and a change of mind? Technology and the redefinition of death in 1968 – Mita Giacomini

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Brazilian Journal of Medical and Biological Research (1999) 32: 1479-1487 – “Implications of ischemic penumbra for the diagnosis of brain death”

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Tráfico de órgãos pode movimentar 13 bilhões por ano

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Kidney trade arrest exposes loopholes in India’s transplant laws -BMJ 2004;328:246

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Police uncover large scale organ trafficking in Punjab – BMJ 2003;326:180 ( 25 January )

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Revista Newsweek – Not Just a Urban Legend

Tráfico de órgãos no Brasil: íntegra da entrevista com a antropóloga Nancy Scheper-Hughes

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de 08.12.2003

Revista Época

O ESQUEMA DE ISRAEL

Pesquisadora diz que o tráfico funciona há 10 anos

Por EDUARDO BURCKHARDT

Foto: Reprodução/Jane Scherr

A antropóloga americana Nancy Scheper-Hughes, da Universidade da Califórnia, trabalhou mais de dez anos no Brasil e fundou a organização Organs Watch, para investigar denúncias sobre o tráfico internacional de órgãos. No ano passado, escreveu um livro sobre o tema.

ÉPOCA – Quando a quadrilha descoberta pela polícia brasileira começou a atuar?

Nancy – Pelas nossas informações, esse esquema nasceu há dez anos em Israel. No início, buscavam doadores entre refugiados palestinos. Mas o esquema foi denunciado por jornalistas e a quadrilha passou a buscar gente na Turquia e no Leste Europeu. Há cerca de um ano, descobriram os brasileiros.

ÉPOCA – Por que realizavam os transplantes na África do Sul?

Nancy – Durante o regime do Apartheid, os médicos de lá criaram centros de excelência em transplantes para a população branca. Mas limitações do governo em bancar os tratamentos provocaram uma crise no setor. A saída para várias clínicas foi buscar pacientes no exterior, principalmente no Canadá, EUA, Japão, Arábia Saudita e Israel. Isso criou condições para que agentes também procurassem doadores fora. Sul- africanos não serviam por causa dos altos índices de contaminação por Aids no país e também pelo racismo.

ÉPOCA – Há quanto tempo existe tráfico de órgãos no Brasil?

Nancy – Pelas indicações que temos, o comércio para transplantes vem do final dos anos 70. De acordo com os cirurgiões que entrevistei, no final da ditadura militar era flagrante o tráfico velado de cadáveres, órgãos e tecidos retirados de pessoas das classes sociais e políticas mais desprezadas, com o apoio do regime militar. Um médico veterano, agregado a um grande hospital acadêmico de São Paulo, revelou que cirurgiões como ele próprio recebiam ordens para produzir cotas de órgãos de qualidade. Às vezes, eles aplicavam injeções de barbitúricos fortes e em seguida chamavam dois outros médicos acima de qualquer suspeita para testemunhar que os critérios de morte cerebral haviam sido preenchidos e que os órgãos podiam ser retirados.

ÉPOCA – E depois do período militar?

Nancy – Existe o tráfico aberto e semiclandestino de tecidos e órgãos envolvendo a corrupção de encarregados de institutos médico-legais, necrotérios, etc. Também tenho casos bem documentados no Brasil de roubo de órgãos de pacientes. Um comportamento criminoso por parte de alguns médicos, que tiram vantagem de pessoas submetidas a pequenas cirurgias para remover ao mesmo tempo uma mercadoria preciosa. Um exemplo é o caso de Laudicéia Cristina da Silva, uma jovem recepcionista de São Paulo. Em junho de 1997, um de seus rins foi retirado sem seu conhecimento durante pequena cirurgia para remoção de um cisto ovariano. O cirurgião do hospital explicou que o enorme cisto havia envolvido o rim, coisa altamente improvável. O hospital recusou-se a apresentar seus registros médicos. Laudicéia, porém, deu seguimento ao processo legal. Em julho de 2001, o Conselho de Medicina revelou para mim que o caso estava próximo de ser resolvido por acordo. Como muitos casos que investiguei, esse tipo de acordo inclui uma cláusula de sigilo. Assim, a verdadeira história nunca vem a público.

ÉPOCA – Já houve algum assédio estrangeiro direto com relação aos órgãos brasileiros?

Nancy – A primeira tentativa de conseguir um acordo oficial foi um plano proposto na década de 90 pelo doutor Thomas Starzl, da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh. Starzl propôs um convênio entre a Universidade e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Sua instituição transferiria tecnologia de ponta em troca do fornecimento regular de fígados humanos que estivessem sobrando. A revolta do público brasileiro contra esse convênio vampiresco provocou seu cancelamento. Embora os fígados brasileiros não tenham sido entregues a Pittsburgh, muitos outros órgãos e tecidos do Terceiro Mundo chegaram aos Estados Unidos nas últimas décadas.

ÉPOCA – De que forma?

Nancy – Vou dar dois exemplos. Nos arquivos de um líder político de São Paulo encontrei documentos relativos a uma investigação policial sobre o IML local, indicando que milhares de glândulas pituitárias haviam sido retirados de cadáveres de pessoas pobres e vendidos a firmas médicas privadas nos Estados Unidos para a produção de hormônios de crescimento. Na década de 80, um professor de Pernambuco foi processado por retirar milhares de partes internas dos ouvidos de cadáveres de indigentes e vendê-los à NASA para uso em programas de treinamento espacial e de pesquisas.

ÉPOCA – Quais são as principais redes de tráfico?

Nancy – No Oriente Médio existe uma forte rede que interliga compradores de rins de Israel e Europa Ocidental e vendedores em países pobres ex-membros da antiga União Soviética. A Índia fornece órgãos a estrangeiros de muitos países e também tem um mercado interno movimentado, através do qual pessoas das castas superiores compram órgãos das castas inferiores. As Filipinas fornecem rins de favelados para pacientes do Japão, Emirados Árabes e América do Norte. A China fornece órgãos de prisioneiros executados para pacientes da Ásia e América do Norte. O Peru envia a americanos de origem latina rins adquiridos de negociantes falidos e de mulheres vindas de pequenas comunidades andinas.

ÉPOCA – O negócio é permitido em algum país?

Nancy – Não. Mas há brechas legais. A tendência mundial de obter rins de doadores não-parentes vivos é a principal culpada pelo tráfico atual, junto com a ação dos caçadores de rins e os agenciadores, alguns deles médicos. Existem hospitais privados onde a doação de rins vivos para não-parentes é permitida se for assegurado tanto pelo comprador como pelo vendedor que o acordo é voluntário. É um sistema baseado em boa-fé, a qual não se pode garantir que exista. Nos Estados Unidos há cerca de 20 centros de transplante onde se faz poucas perguntas sobre que relação existe entre doadores e compradores. Então eles se localizam uns aos outros via Internet e se preparam para responder as perguntas superficiais.

ÉPOCA – Os pacientes brasileiros vão aos EUA em busca dessa facilidade?

Nancy – O processo é diferente. Os pacientes brasileiros ricos descobrem maneiras de burlar o sistema e conseguir transplantes nos principais centros médicos dos Estados Unidos utilizando órgãos de cadáveres, raramente disponíveis para americanos sem recursos. Pacientes estrangeiros com freqüência se utilizam de intermediários para localizar uma região onde poderão chegar sem demora ao topo da lista. Às vezes, se inscrevem em três ou mais listas regionais de espera nos Estados Unidos, que é um modo legal de furar a fila.

ÉPOCA – Como funciona essa modalidade de turismo médico?

Nancy – Em Israel, onde é mais desenvolvido, os pacientes de hemodiálise entram em contato com intermediários que se passam por agentes de turismo ou pequenos empresários. Eles preparam a viagem para a África do Sul ou Europa Oriental, identificam os doadores de rins e colocam em ação os médicos para efetuar as operações. Os pacientes passam por turistas e viajam em vôos regulares ou fretados. Os doadores são instalados em clínicas ou hotéis de baixa categoria. Os intermediários recebem o dinheiro e pagam as despesas.

ÉPOCA – Quais são os preços dos órgãos e como são estabelecidos?

Nancy – Os preços seguem as discriminações e preconceitos do Primeiro Mundo em relação ao Terceiro. Um rim de doador vivo chega a alcançar US$1 mil na Índia e nas Filipinas, US$3 mil na Europa Oriental e até US$10 mil no Peru. Doadores dos Estados Unidos cobram muito mais, normalmente entre US$50 mil e US$100 mil.

ÉPOCA – Quem são os doadores mais freqüentes?

Nancy – Pobres, soldados ausentes do serviço sem permissão, refugiados políticos e econômicos, desempregados, endividados, pequenos empresários falidos, políticos fracassados, empregados domésticos que se solidarizam com o patrão, prostitutas envelhecidas e sem recursos, pessoas já envolvidas em outras atividades ilegais.

ÉPOCA – Qual é a dificuldade principal nesse tipo de investigação?

Nancy – As vítimas coagidas a vender um rim são amedrontadas e não procuram a justiça. Pacientes que compraram órgãos são levados a crer que os doadores foram bem pagos e protegidos. Os médicos que praticam esse tipo de antimedicina são inescrupulosos e poderosos. O crime organizado está profundamente entranhado nesse negócio e muitas pessoas são subornadas em troca de seu silêncio. A dificuldade principal, no entanto, é que a economia global embotou a sensibilidade tanto de médicos como de pacientes de transplante. Por isso, não vêem conflito algum em obter órgãos de pessoas em situação vulnerável. Existe um generalizado estado de espírito utilitário que reduz a ética médica à simples pergunta: Decidiram vender? Sim? Então, tudo bem. Há pouco pensamento crítico em torno das forças que podem compelir pessoas em apuros a vender a única coisa que possuem, um rim sobrando.

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT642472-1655,00.html

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Tráfico de pessoas exige a presença do engano, da coerção, da dívida e do propósito de exploração

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A 3ª Turma do TRF da 1ª Região entendeu estarem comprovadas, por documentos e depoimentos, a materialidade e a autoria de crimes de tráfico internacional de pessoas e de remessa de adolescente ao exterior de forma irregular.

Narra a denúncia que, a convite do acusado, brasileiras foram trabalhar na capital boliviana, em boate de propriedade dele, onde dançavam, induzindo os clientes a consumir, e faziam programas sexuais, utilizando os aposentos do local.

As vítimas relatam que em La Paz tiveram seus passaportes apreendidos pelo dono da boate e foram obrigadas a pagar a comida, médicos e a viagem feita até a capital boliviana, não tendo a vida “fácil” prometida pelos acusados. Seus passaportes foram recolhidos pelos proprietários da boate e, segundo elas, viviam numa espécie de cárcere privado. Disseram também que na casa em que residiam havia muitas garotas, de diferentes nacionalidades – paraguaias, peruanas, colombianas e cerca de vinte brasileiras –, todas nas mesmas condições, trabalhando na boate dos acusados. Entre as brasileiras, havia uma adolescente, menor, cujos documentos foram falsificados pelos acusados para que pudesse trabalhar na boate.

Em defesa, os acusados alegaram que não foi demonstrado, em nenhum momento, que o tráfico teve como fim a prostituição, ou que as depoentes foram obrigadas a deixar o País para se prostituírem. Afirmaram não haver provas da materialidade e de sua autoria, em nenhum dos crimes, e que foram colhidos apenas testemunhos de pessoas com reputação frágil.

O relator, juiz Tourinho Neto, afirmou que a situação está de acordo com a definição internacionalmente aceita, de tráfico de seres humanos, pelo Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, que suplementa a Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional: “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração. Exploração inclui, no mínimo, a exploração da prostituição ou outras formas de exploração sexual, trabalho ou serviços forçados, escravidão ou práticas análogas à escravidão, servidão ou a remoção de órgãos…”

Dessa forma, conforme asseverou o relator, o consentimento da vítima em seguir viagem não exclui a culpabilidade do traficante ou do explorador, pois o requisito central do tráfico é a presença do engano, da coerção, da dívida e do propósito de exploração; afinal, segundo o desembargador, a mulher pode até ter concordado em trabalhar na indústria do sexo, mas não em ficar em condições semelhantes à escravidão. É comum que as mulheres, quando do deslocamento, tenham conhecimento de que irão exercer a prostituição, no entanto não têm elas consciência das condições em que, normalmente, se vêem coagidas a atuar ao chegar no local de destino. Nisso está a fraude, conforme esclarece o magistrado.

A autoria ficou provada pela prática do delito de tráfico de mulheres, por ter o acusado que recorreu ao TRF da sentença providenciado e facilitado a saída delas do País, inclusive de uma menor, para exercer a prostituição na Bolívia, mediante a retirada de passaporte, a compra de passagens e demais providências necessárias.

Assim, entendeu o magistrado do TRF que não merece reparo a sentença que os condenou pela prática do crime previsto no art. 239 da Lei n.º 8.069/90 e que fixou “a pena-base no mínimo legal, em 4 (quatro) anos de reclusão. Em razão da agravante contida no art. 62, I, do Código Penal (dirigir a atividade dos demais agentes), aumentou a pena em 8 (oito) meses, a qual foi definida, então, em 4 (quatro) anos e 8 (oito) meses de reclusão e 15 (quinze) dias-multas, à razão de 1/3 (um terço) do salário mínimo vigente ao tempo dos fatos.”

Apelação Criminal 2006.30.00.001602-7/AC

Fonte: TRF 1

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